- Sygnia alerta: ETFs de Bitcoin exigem cautela dos investidores
- CEO recomenda limite de 5% em carteiras com cripto
- África do Sul vira polo cripto com forte adesão
A gestora de ativos Sygnia Ltd., que administra cerca de US$ 20 bilhões, emitiu um alerta em meio ao entusiasmo crescente com os ETFs de Bitcoin. Apesar do interesse maciço dos investidores, a direção da companhia pede cautela.
A CEO Magda Wierzycka destacou em entrevista à Bloomberg que os fortes fluxos de entrada são positivos, mas que o fundo não deve ser tratado como um ativo central. Ela recomendou que a exposição a criptomoedas fique limitada a até 5% das carteiras de aposentadoria ou de investimento discricionário.
Segundo Wierzycka, o Bitcoin pode desempenhar um papel relevante no longo prazo, mas sua volatilidade ainda representa risco, sobretudo em países emergentes. Em mercados como a África do Sul, onde a renda média é baixa, quedas bruscas de preço podem comprometer as economias de uma vida inteira.
ETFs atraem investidores, mas pedem cautela
A gestora reconhece que o interesse em produtos regulados continua crescendo, principalmente em regiões onde investidores buscam acesso a ativos digitais de forma segura. No entanto, a executiva lembra que a empolgação pode levar a decisões precipitadas.
Ela ressaltou que muitos investidores acreditam que o Bitcoin é um ativo infalível, mas a realidade mostra oscilações severas em curtos períodos. Assim, mesmo com a proteção de veículos regulados, os riscos não desaparecem.
O desafio das gestoras é equilibrar inovação e responsabilidade, criando produtos atrativos sem expor famílias e fundos de pensão a perdas desproporcionais.
África do Sul se consolida como polo cripto
Apesar do alerta, a Sygnia não planeja recuar. A empresa pretende lançar novos ETFs de criptomoedas na Bolsa de Joanesburgo, aguardando a aprovação dos reguladores locais. O movimento mostra que, mesmo com riscos, há demanda crescente.
A África do Sul se destaca como um dos mercados mais ativos em criptoativos do continente. Exchanges locais se multiplicam e a adesão popular avança. Estimativas indicam que mais de 10% da população estará envolvida com cripto até 2025.
Ao contrário de países que restringem ou proíbem ativos digitais, o regulador sul-africano optou por integrá-los ao sistema financeiro, classificando-os como produtos financeiros. Isso abre espaço para maior segurança e amplia o alcance entre investidores.
Para Wierzycka, o recado é claro, a inovação é necessária, mas precisa vir acompanhada de responsabilidade. O Bitcoin pode desempenhar um papel, desde que os riscos sejam compreendidos e mantidos em proporção.