Golpista finge ser ligado a Trump e rouba R$ 1,3 milhão em criptomoedas

Golpista finge ser ligado a Trump e rouba R$ 1,3 milhão em criptomoedas
  • Golpista enganou doador com e-mail falso de campanha
  • FBI rastreou transações e recuperou parte do valor
  • Tether congelou fundos e ajudou nas investigações

Um golpista sediado na Nigéria enganou um doador americano usando o nome de Donald Trump. O criminoso fingiu trabalhar para o Comitê Inaugural Trump-Vance e roubou R$ 1,3 milhão em criptomoedas.

A fraude ocorreu após o criminoso enviar um e-mail falso usando um domínio quase idêntico ao oficial. A vítima acreditou que fazia uma doação legítima e transferiu US$ 250 mil em USDT.

Golpe explorou erro de digitação e aparência legítima

O estelionatário se passou por Steve Witkoff, copresidente do comitê ligado à campanha de Donald Trump. Ele usou um domínio com um “l” minúsculo em vez de um “i” na palavra “inaugural” – diferença praticamente invisível em fontes comuns. Ainda mais, a mensagem foi enviada em 26 de dezembro, segundo comunicado do Departamento de Justiça dos EUA para o Distrito de Columbia. Dois dias depois, a vítima transferiu 250.300 USDT.ETH para a carteira do golpista.

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A stablecoin USDT é lastreada em dólar e circula na blockchain do Ethereum. Porém, a FBI rastreou as transações e conseguiu recuperar 40.300 USDT. A quantia está agora sob disputa judicial em um processo de confisco civil, que busca reembolsar a vítima.

A empresa Tether, emissora do USDT, congelou os fundos restantes com rapidez. Porém, a companhia já havia colaborado em outra operação no mês anterior, quando bloqueou US$ 225 milhões ligados a um golpe chamado “abate de porcos”, em parceria com o DOJ e a corretora OKX.

Especialistas apontam risco crescente em doações políticas

Saravanan Pandian, CEO da KoinBX, alertou sobre o uso indevido de figuras públicas em fraudes. “É puro oportunismo, que se aproveita indevidamente da confiança pública, do sentimento político e da natureza irreversível das criptomoedas“, disse ao site Decrypt.

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A fraude explorou também o ambiente político favorável às criptos.Porém, o Chengyi Ong, diretora de políticas da Chainalysis, explicou: “À medida que os ventos políticos sopram a favor das criptomoedas, os pedidos de doações em cripto se tornam mais plausíveis”.

Golpistas têm aproveitado a falta de regulação clara, a alta velocidade das transações em blockchain e o engajamento político para criar armadilhas quase perfeitas. O caso reforça o alerta para que doadores confirmem todos os dados antes de transferirem fundos digitais – principalmente em contextos eleitorais.

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Entusiasta de criptomoedas e tecnologia, comecei minha jornada com consoles no Nintendo 64. Sempre explorando novos gadgets e tecnologias inovadoras. Nos momentos livres, meu maior hobby é jogar futebol.
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