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Greenpeace acusa mineração de Bitcoin de poluir o planeta. Dados refutam entidade

Por Jorge Siufi
Foto: Greenpeace

A organização sem fins lucrativos para questões ambientais e climáticas, Greenpeace, afirmou em relatório que a indústria de mineração de Bitcoin contribui para danos naturais e são uma fonte de poluição do planeta.

No relatório intitulado: ‘Investindo na poluição climática do Bitcoin’, a entidade diz que em ‘relatório inovador do Greenpeace’ as empresas BlackRock, Fidelity, Vanguard, Citigroup, JPMorgan Chase, Goldman Sachs, Visa, Mastercard e American Express ignoram a ‘catástrofe climática causada por seus investimentos e produtos em Bitcoin.

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‘Todas essas empresas têm vínculos com o Bitcoin e falharam em tomar medidas concretas para resolver o problema, apesar de suas promessas climáticas e de sustentabilidade’, escreveu o Greenpeace.

No documento publicado em 11 de julho de 2023, o Greenpeace questionou as fontes de energia usadas pelos mineradores usando fontes minerais, como o carvão, o que não é ecologicamente correto. De acordo com a entidade, o ‘Bitcoin consome tanta eletricidade quanto certos países, e 62% da eletricidade total usada para mineração de Bitcoin globalmente até 2022 é proveniente de combustíveis fósseis’.

Não é bem assim, Greenpeace

Diante da afirmação contra a mineração de Bitcoin, o cofundador da empresa CH4 Capital, David Batten, respondeu a acusação do Greenpeace onde argumentou que o Bitcoin é uma força para a recuperação ambiental, e não o contrário. ‘Há evidências crescentes daqueles mais qualificados para fazer julgamentos sugerindo que a mineração de Bitcoin ajuda a construir redes de energia renovável’, escreveu Batten refutar o Greenpeace.

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‘Como o artigo original do GreenpeaceUSA usa muitos dos argumentos que são tradicionalmente usados ​​pelos oponentes do Bitcoin para argumentar que é um negativo ambiental líquido, este artigo serve como um contraponto útil para compartilhar com qualquer pessoa ambientalmente consciente que pode ter encontrado mensagens ambientais negativas em torno do Bitcoin e é curioso o suficiente para buscar o contexto antes de formar seu próprio ponto de vista’, inicia Batten.

‘O Greenpeace usa o medo não examinado de “o que pode acontecer” em vez de evidências’, pontuou Batten. Em sua refutação argumenta que o relatório recicla muitas alegações já amplamente desmentidas sobre o Bitcoin, e usa evidências para ‘influenciar os leitores’ ou criar uma ‘avaliação distorcida e, em muitos casos, falsa’.

Até por isso Batten solicita que o Greenpeace forneça ‘dados e evidências independentes para suas reinvindicações’; ‘que evite neuroassociações de imagem, xingamentos e outras técnicas de persuasão encobertas’; e que ‘perfile informações contextualizadas importantes sempre que possível, para que os leitores tenham uma perspectiva informada’.

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Batten cita Brad Jones, ex-CEO do Conselho de Confiabilidade Elétrica do Texas (ERCOT), que falou sobre a capacidade do Bitcoin de tornar as operadoras de energia renovável mais lucrativas e estáveis.

De acordo com ele, muitos dos dados e números que o Greenpeace usa sobre o Bitcoin na questão de prejudicar o meio ambiente são enganosos, além de usar linguagem apelativa para o lado emocional.

Como exemplo, citou a afirmação do Greenpeace de que a indústria de mineração é ‘em grande parte movida a carvão’. Mas BattenDe fato, de acordo com Batten, existem 41 operações de mineração que são conhecidas por usar recursos sustentáveis, e apenas uma operação ainda usa produtos relacionados ao carvão. E também apresentou dados mostrando que as emissões de Bitcoin estão realmente diminuindo com o tempo.

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Fonte

Comparações levianas

Em parte de de seu texto, Batten pontua dois modelos de comparação que são incabíveis e que foram usados pelo Greenpeace. O primeiro diz respeito à comparação de uso energético entre países e indústria, onde cita que a Universidade de Cambridge ‘desencoraja’ em seu site fazerem estes tipos de comparações diretas. Isto porque elas ‘ podem fazer uma indústria parecer pior do que de fato é’, pontuando que este é um tipo de viés usado por quem acusa.

Adiante, disse que outras diversas indústrias poluem e gastam mais energia do que países inteiros, citando como exemplo os ‘videogames, Netflix, datacenters tradicionais, setor bancário, secadoras de roupas e luzes de Natal’. E assim pontua um viés do Greenpeace em apontar apenas o Bitcoin como grande causador de poluição.

No gráfico abaixo, Batten apresenta uma comparação entre as indústrias e seus gastos energéticos comparados ao Bitcoin, enaltecendo o consumo de outros mercados financeiros.

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Greenpeace muito emotivo

Batten criticou a forma apelativa a qual o Greenpeace apresentou seu relatório. Para ele, ‘a maioria das pessoas não terá tempo para ler o artigo, então, em vez disso, confiará na página de enquadramento do GreenpeaceUSA com o link para o artigo completo’.

O enquadramento do artigo é preenchido com linguagem emotiva sem evidências, como a alegação sem suporte de que o Bitcoin é uma ‘catástrofe climática’.

A problemática está em textos como os que dizem que o Bitcoin usa tanta energia quanto a países inteiros, o que até pode ser verdade, mas o contexto é usado de forma a iludir o leitor. De forma mais contundente, Batten chega a perguntar ao Greenpeace ‘por que não comparar o Bitcoin setor a setor dizendo: Bitcoin usa menos energia que as luzes de Natal?’.

Na mesma ‘pegada’, Batten sugere que o Greenpeace mire outras indústrias, empresas e seus investidores, como por exemplo a dos videogames. De acordo com ele, ‘há uma dissonância cognitiva completa entre a reivindicação do GreenpeaceUSA e as ações da organização’.

Para Batten, ou o Greenpeace faz uma ‘afirmação hiperbólica’ ao classificar o Bitcoin como sendo uma ‘catástrofe climática’, ou falham em serem um ‘bom cão de guarda ambiental’ ao não cobrarem as demais indústrias.

Afirmações falsas

De acordo com Batten, a afirmação de que 62% da eletricidade usada em 2022 para a mineração de Bitcoin é proveniente de combustíveis fósseis é falsa. Ele inclusive apresenta um estudo próprio que mostra que 52,6% da mineração de Bitcoin globalmente em 2023 veio de fontes de energia sustentáveis. E diz que o relatório da Universidade de Cambridge que cita estes 62% ‘não levou em consideração alguns dos fatores mais importantes no cálculo do mix de energia do Bitcoin’.

Também alegou sendo falsa a frase proferida pelo Greenpeace que disse que ‘a tecnologia faminta de energia do Bitcoin reviveu usinas de carvão e combustíveis fósseis desativadas e causou danos ambientais e sociais substanciais’. Batten apresentou argumentos para refutar a afirmação, citando a Greenidge Energy no lago Senaca, reativada para minerar Bitcoin, mas que não usa mais carvão, e sim, gás natural.

Por fim, apresentou dados sobre 41 operações de mineração de Bitcoin que usam energia renovável, mencionando que o relatório do Greenpeace ignorou estas informações, não citando nenhuma delas. Pelo contrário, Batten diz que a entidade apresenta ‘o único caso em que uma operação de mineração de Bitcoin poderia estar causando danos ambientais: o site Scrubgrass da Stronghold na Pensilvânia’.

De acordo com Bitten, ‘atualmente, esta é a única operação de mineração de Bitcoin conhecida no mundo que ainda usa carvão ou produtos relacionados ao carvão como fonte de energia’.

Vale lembrar que em novembro do ano passado o Greenpeace se declarou contra a mineração de criptomoedas e sugeriu o fim do sistema de prova de trabalho (PoW) do Bitcoin.

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Redator da Revista Bitnotícias
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