O Banco Central analisa novas regras que podem impactar diretamente o mercado de criptomoedas no Brasil. A possível incidência do IOF nas operações e a restrição do book de ofertas podem tornar o Bitcoin mais caro para investidores.
Especialistas alertam que a menor liquidez nas exchanges nacionais pode gerar um ágio semelhante ao “Kimchi Premium” da Coreia do Sul. Com isso, a compra de Bitcoin no Brasil pode ficar até 10% mais cara em relação ao mercado global.
Possível impacto do ‘Kimchi Premium’ no Brasil
O termo “Kimchi Premium” refere-se à diferença de preço do Bitcoin na Coreia do Sul, onde a criptomoeda é negociada com um ágio de 2% a 10% em relação ao mercado global. Em momentos extremos, essa diferença já ultrapassou 50%.
No Brasil, a imposição de um book de ofertas restrito a investidores locais pode criar um cenário semelhante, com menor oferta e demanda, elevando os preços. Criptomoedas com menor liquidez, como altcoins e memecoins, podem sofrer ainda mais com essa disparidade, apresentando spreads de até 80%.
Tributação e custos adicionais para investidores brasileiros
As consultas públicas CP nº 109 e CP nº 110 e CP nº 111 do BC propõem incluir operações com stablecoins lastreadas em moedas estrangeiras no mercado de câmbio. Isso pode acarretar custos adicionais de compliance e a incidência de IOF, que pode chegar a 1,1%, para usuários brasileiros.
Investidores brasileiros devem acompanhar atentamente essas discussões. As decisões do BC podem influenciar significativamente o custo e a viabilidade das operações com criptomoedas no país. A participação nas consultas públicas e o diálogo com reguladores são essenciais para equilibrar a inovação financeira com a proteção do mercado nacional.