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Lago Seneca – mais uma complicação para a mineração das criptomoedas?

Por Jorge Siufi

As polêmicas sobre a mineração do Bitcoin parecem que não acabarão tão cedo.

Da desculpinha chinesa para barrar as criptomoedas no país a twittes despropositados, cada hora surge uma coisa meio que sem fundamento para açoitar o método usado por Satoshi Nakamoto para dar segurança e confiança a maior criptomoeda do planeta.

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Agora foi a vez da empresa mineradora Greenidge Generation, que está sendo acusada de superaquecer um lago em Nova York.

O caso veio à tona há alguns dias, e trata-se de acusações de pessoas que residem na região do lago Seneca que dizem que o lago está sendo super aquecido pela empresa de mineração de criptomoedas.

Há um fundamento para isso uma vez que a mineradora utiliza a água do lago para resfriar as máquinas do local, e é obrigada de forma regulamentada a devolver esta água de forma limpa ao lago.

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A empresa possui pouco mais de 8.000 aparelhos mineradores de criptomoedas.

Mas para fazer isto a Greenidge Generation executa o processo e não polui a água, mas a devolve quente ao lago, é claro.

Seria um outro processo dispendioso de energia resfriar a água que é lançada de volta ao lago.

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A regulamentação obriga a empresa a manter um grau de temperatura ao devolver esta água, que varia de 30ºC no inverno a 42ºC no verão.

Como para se realizar um estudo completo sobre as condições ambientais moldadas sobre esta questão está estimado em um prazo de 2 anos, a situação possui um certo longo tempo para se ter parâmetros exatos de seu impacto.

O que se tem são levantamentos e estudos feitos em outras situações semelhantes e que assim trazem as condições regulamentares que especificam como a empresa deve trabalhar seguindo a autorização que possui.

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Ninguém sai pegando milhões de milímetros cúbicos de água de um lago e sai utilizando da forma que quer sem regulamentação.

A empresa tem fornecido relatórios periódicos sobre as condições da água devolvida ao lago, e os dados dos meses de março e abril desta ano mostraram que a água devolvida ao lago está em temperatura abaixo de até onde a legislação permite.

A água poderia ser devolvida de 8º C a 12º C mais quente ao lago, mas os dados apresentados pela empresa nos 2 meses supracitados mostraram diferença de no máximo 7,5º C.

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A média de aumento da temperatura da água devolvida ela empresa ao lago é de 6,25ºC.

Mas o conceito que acha a atenção é de que o lago possui uma infinidade de água, se assim pode ser pontuado, em comparação do volume utilizado pela empresa para resfriar seus aparelhos.

O lago possui aproximados 16 km3 de volume total de água, sendo que a empresa utiliza uma pequena fração de 0,0005 km3 por dia de água em seus processos de resfriamento das máquinas.

Neste ritmo, a empresa demoraria 32.000 anos para aquecer uma vez cada molécula de água do lago.

Não há relatos precisos sobre qualquer alteração do bioma do lago ou próximo a ele, salvo os moradores que estão achando a água mais quente.

Inclusive, em entrevista à NBC News disseram que o lago agora parece uma “jacuzzi”.

A empresa parece se preocupar com questão socioeconômicas, pois doa valores provenientes da mineração de criptomoedas ao corpo de bombeiros e o distrito escolar da região.

Também gera empregos, de acordo com informações provenientes do Conselho Comunitário, a qual é associada.

Por fim, gerou renda à cidade onde pagou mais de US$ 270.000 dólares em impostos no ano de 2020.

Aparentemente diante dos relatórios de conservação da água também seguem os que os estudos mostram que não colocam em risco o meio ambiente.

É óbvio que estudos locais são primordiais, mas a empresa disse estar engajada nas questões ambientais e faz outros levantamentos nestas questões.

Inclusive, representantes da empresa enalteceram o baixo poder poluente do Bitcoin, e que cada vez mais o processo de mineração de criptoativos está sendo controlado para se tornar mais limpo.

Os reais impactos de toda nova tecnologia apenas pode ser mensurado com o tempo, e a mineração dos criptoativos tem mostrado que em questões ambientais não é um processo que agrave de forma exacerbada o contexto mundial de poluição no mundo.

Assim como nem toda criptomoeda é gerada através do processo de mineração ou prova de trabalho, sendo que outros protocolos de “prova de alguma coisa” não consomem tamanha energia para a cunhagem de suas moedas ou tokens.

E quando se fala em banir as criptomoedas em geral, não deve-se englobar todas no aumento da poluição no planeta.

Mas assim se seguirá o contexto da mineração das criptomoedas, em especial do Bitcoin, enquanto o modelo de dinheiro digital ainda é pouco usado e contestado principalmente por quem não quer que esta tecnologia disruptiva e descentralizadora se desenvolva.

Mas a prova de trabalho é a chave para a decrescente capacidade de controle da inflação do Bitcoin, e isso que o torna soberano por ser escasso e incorruptível.

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Redator da Revista Bitnotícias
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