• Nasdaq ISE pediu à SEC autorização para elevar os limites das opções do ETF IBIT para 1 milhão de contratos.
• Fundo da BlackRock tornou-se um dos ETFs mais negociados dos EUA. Isto impulsionou a revisão das regras.
• Análises mostram que o impacto no mercado de Bitcoin seria mínimo, mesmo em cenários extremos.
A Nasdaq ISE intensificou sua presença no mercado de criptomoedas ao protocolar uma proposta formal na SEC. Eles buscam ampliar significativamente os limites de posição e de exercício das opções vinculadas ao ETF iShares Bitcoin Trust (IBIT), da BlackRock. A iniciativa, apresentada em 13 de novembro, busca autorizar contratos muito maiores do que os permitidos hoje. Isso reflete o rápido crescimento do produto e o volume histórico de negociações que ele tem acumulado desde sua aprovação no início de 2024.
A decisão representa mais do que um ajuste técnico. Para a bolsa, o IBIT se tornou um dos ETFs mais negociados entre todos os produtos atrelados a uma única classe de ativos. Isso justifica regras atualizadas. Atualmente, o fundo está limitado a 250.000 contratos, nível máximo dentro da estrutura tradicional da Nasdaq ISE. A proposta sugere elevar esse limite para 1.000.000 de contratos, tanto para posições quanto para exercícios.
A mudança busca acompanhar a liquidez e a profundidade do ETF. Este atrai diariamente volumes que rivalizam com grandes fundos de mercados tradicionais. De acordo com a Nasdaq ISE, o aumento colocaria o IBIT no mesmo patamar de grandes ETFs internacionais. Exemplos são o iShares MSCI Emerging Markets e o iShares MSCI EAFE, que já operam com limites semelhantes devido à forte demanda dos investidores globais.
Nasdaq
Assim, os limites de posição existem para evitar manipulação de mercado, restringindo a quantidade de contratos de opções que um investidor pode controlar. No entanto, a exchange argumenta que o tamanho do IBIT e seu nível de negociação tornam o teto atual desatualizado. Em outras palavras, manter limites baixos poderia distorcer o funcionamento natural do mercado e impedir negociações legítimas.
A Nasdaq ISE realizou ainda uma análise para avaliar possíveis riscos caso todos os contratos fossem exercidos simultaneamente. Com 19,9 milhões de Bitcoins em circulação e um preço na casa de US$ 112.748, o ativo possui uma capitalização de mercado superior a US$ 2,2 trilhões. Mesmo com o limite ampliado, o impacto seria mínimo. O exercício total representaria apenas 0,284% de todo o Bitcoin existente, número considerado insignificante em termos de risco sistêmico.
A bolsa concluiu que, mesmo num cenário extremo, o efeito seria “virtualmente imperceptível” no mercado global. Isso reforça a convicção de que o limite maior é adequado para um ETF com a liquidez do IBIT.
A iniciativa também coincide com uma tendência crescente: gestoras tradicionais estão aprofundando sua exposição ao Bitcoin. A própria BlackRock já afirmou que pretende tokenizar ETFs. Além disso, planeja expandir seu ecossistema digital. Com isso, a proposta da Nasdaq ISE torna-se mais um capítulo dessa aproximação entre Wall Street e o mercado cripto.
Além disso, se a SEC aprovar a alteração, o movimento consolidará de vez o IBIT como o ETF de Bitcoin mais influente do mundo, além de enviar um sinal claro de que o mercado institucional está pronto para operar em escala ainda maior.
