Após sofrer sanção e ter sido apagado do GitHub, o código do protocolo Tornado Cash foi repostado no site de informações de softwares.
O código-fonte e a plataforma de mixagem de endereços de criptoativos possuem o mesmo nome, e não devem ser confundidos
O protocolo de mixer de criptoativos, Tornado Cash, foi proibido pelo Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC) do Departamento do Tesouro norte-americano por suspeitas de propiciar a lavagem de dinheiro e auxiliar na fuga de ativos em ataques hackers.
Com isto a plataforma foi sancionada e diversos serviços e empresas de criptoativos bloquearam o seu uso, assim como também bloquearam contas de usuários.
A comunidade criptográfica desaprovou a atitude das autoridades, que inclusive prendeu o desenvolvedor do protocolo, Alexei Pertsev.
Além disto, o código do protocolo foi apagado do GitHub, o serviço de hospedagem na internet de desenvolvimento e gerenciamento de softwares.
O GitHub é de propriedade da Microsoft, que inclusive bloqueou contas de desenvolvedores do protocolo.
Por sua vez, o professor e pesquisador da Universidade Johns Hopkins, Mathew Green, foi lá e repostou o código do Tornado Cash.
O professor afirmou que o código Tornado Cash é necessário para fins educacionais, e disse ter certeza que desta vez a administração do GitHub não excluirá o conteúdo.
“Meus alunos criaram projetos incríveis a partir desse código-fonte. A perda ou redução da acessibilidade prejudicará a comunidade científica e técnica”, explicou o Green.
O professor fará mais, pois disse ter cópias do código e o distribuirá em outras plataformas e sites da internet.
Green criticou a atitude do governo norte-americano, e a prisão do desenvolvedor do protocolo por parte da polícia holandesa.
Há bifurcações do protocolo que continuam postados no GitHub, e Green, com o apoio da Electronic Frontier Foundation, disse que recorrerá aos tribunais caso o código-fonte do Tornado Cash seja excluído novamente.
Green argumentou que uma coisa é o código que pode ser usado para pesquisas e construção de novos projetos de criptoativos, e outra coisa é a plataforma Tornado Cash, a qual é utilizada para embaralhar endereços de criptoativos.
A Electronic Frontier Foundation já escreveu ofício para o Departamento do Tesouro norte-americano para tratar do contexto das sanções, porém ainda não recebeu retorno.
A empresa Tether não aderiu à sanção
A empresa Tether não seguiu as exigências do OFAC e não bloqueou o uso do Tornado Cash.
A Tether disse que as regras de sanção dos Estados Unidos não se aplicam em sua jurisdição operacional.
O CTO da Tether, Paolo Ardoino, confirmou que a empresa “não foi contatada por autoridades dos Estados Unidos pela aplicação da lei com um pedido”.
Ardoino argumentou que não está claro se a empresa, com sede em Hong Kong, é obrigada a cumprir as regras de sanção do Tesouro norte-americano.