O Evangelho de Satoshi Nakamoto – Cap. 1 vers. 2

Por Leonardo Broering Jahn

Boa tarde irmãos, voltei.

No versículo 1 apresentei o capítulo de nome “Dinheiro” de Shelling Out, do Satoshi (digo, de Nick Szabo). Neste, sigo para o próximo

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Colecionáveis

O dinheiro nativo americano teve várias formas além de conchas. Peles, dentes, e uma variedade de outros objetos com propriedades que discutiremos abaixo também eram comumente usadas como meio de trocas. 12.000 anos atrás, onde hoje é o estado de Washington, o povo Clovis desenvolveu lâminas de sílex maravilhosamente longas. O único problema – elas quebram com muita facilidade. Eram inúteis para cortar. As pederneiras estavam sendo feitas por “bel prazer” – ou pra algum outro propósito que não tinha nada a ver com cortar.[G01] Como veremos, essa aparente frivolidade era, muito provavelmente, de fato muito importante para sua sobrevivência.

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Os Nativos Americanos não tinham, no entanto, sido os primeiros a fazer lâminas artísticas¹ porém inúteis, e também não inventaram o dinheiro de concha. Nem os Europeus aliás, embora eles também tivessem, em eras passadas, usado conchas e dentes amplamente como dinheiro – para não mencionar gado, ouro, prata, armas, e muito mais. Os asiáticos usaram tudo isso e faux axes² emitidos por governos ainda, mas eles também importaram essa instituição. Pois arqueólogos encontraram pingentes de conchas datando do início do Paleolítico que poderiam facilmente ter substituído o dinheiro Nativo Americano.


Contas feitas por conchas da lesma Nassarius kraussianus do tamanho de uma ervilha, que viviam num estuário próximo. Blombos Cave, África do Sul, 75,000 A.P[B04]

No final dos anos 90 o arqueólogo Stanley Ambrose descobriu, em um abrigo de pedra no Vale Rift do Quênia, um cachê³ contendo contas feitas de casca de ovo de avestruz, lacunas vazias, e fragmentos de conchas. Elas são datadas usando a relação argônio-argônio (40Ar/39Ar) de pelo menos 40.000 anos de idade[A98]. Dentes furados de animais foram encontrados na Espanha também datando desse período.[W95] Conchas perfuradas também tem sido recuperadas de sítios do início do Paleolítico no Líbano[G95]. Recentemente, conchas comuns, preparadas em cordões de contas e ainda mais antigas, de 75.000 AP, foram encontradas em Blombos Cave, na África do Sul.[B04]. Recentemente, conchas comuns, preparadas em cordões de contas e ainda mais antigas, de 75.000 AP, foram encontradas em Blombos Cave, na África do Sul.[B04]

Contas de ovos de Avestruz, Rift Valley – Quênia, 40,000 A.P. (Cortesia Stanley Ambrose)

Nossas subespécies modernas haviam imigrado para a Europa e colares de conchas e dentes apareceram lá, de 40.000 A.P. em diante. Pingentes de conchas e dentes apareceram na Austrália de 30.000 A.P em diante[M93]. Em todos os casos, o trabalho é altamente habilidoso, indicando uma prática que provavelmente data de muito mais tempo atrás. A origem de colecionar e decorar é muito possivelmente a África, a pátria originária de todas as subespécies anatomicamente modernas. Colecionar e fazer colares deve ter tido um importante benefício de seleção, uma vez que era custoso – a manufatura dessas conchas exigia tanto habilidade quanto tempo durante uma era em que os humanos viviam constantemente à beira da fome[C94].

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Praticamente todas culturas humanas, até aquelas que não se envolvem em nenhum comércio substancial ou que usam formas mais modernas de dinheiro, fazem e apreciam joias, e valorizam certos objetos mais por suas qualidades herdadas ou artísticas do que por sua utilidade. Nós humanos colecionamos colares de conchas e outros tipo de jóias – por bel prazer. Para os psicólogos evolucionistas uma explicação que humanos fazem algo por “bel prazer” é, de fato, explicação nenhuma – mas o posicionamento de um problema. Por que tantas pessoas acham a coleção e o uso de jóias agradável? Para o psicólogo evolucionista, a questão se torna – o que causou esse prazer a evoluir?

Detalhes de colar de um sepultamento em Sungir, Rússia, 28.000 AP. Contas interligadas e intercambiáveis. Cada conta de marfim de Mamute pode ter exigido uma ou duas horas de trabalho para manufaturar.[W97]

¹artful: substantivo ‘art’ = arte + sufixo ‘ful’ = cheio de. Podemos atribuir várias traduções, devido ao contexto escolhi ‘artísticas’.
² faux axes: faux = falsos | axes = plural de axe (machado). Desconheço se é uma expressão. Pode significar literalmente ‘machados falsos’. Suspeito de que seja o caso.
³cache = cachê, usado no seu sentido mais antigo, de esconderijo para itens valiosos. Toda vez que usarei cachê neste artigo será com esse sentido.

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Meus queridos, por hoje é isso.. amanhã volto com o próximo, fiquem com Deus!

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@leonardobjahn Natural de Florianópolis, SC 27 anos Evangelista Bitcoin Graduando Administração na UFSC Professor particular e tradutor de Inglês
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