Daí ‘môs queridus’, bom dia!
Continuamos hoje a obra “Crypto Anarchy and Virtual Communities”, do Tim May, que começamos no último versículo.
Introdução
Este artigo descreve a combinação de duas tecnologias principais:
- Criptografia forte: incluindo criptografia, assinaturas digitais, dinheiro digital, mixes digitais (remailers), e tecnologias relacionadas.
- Comunidades virtuais ciberespaciais: incluindo redes, comunicações anônimas, MUDs e MOOs, e realidades virtuais do tipo “Multiverso”.
Essas áreas geralmente permanecem separadas, pelo menos em artigos publicados. Certamente os desenvolvedores de sistemas do ciberespaço, como MUDs e MOOs, e sistemas de habitat semelhante, apreciam a importância da criptografia para autenticação de usuários, segurança geral, e, certamente, para (eventual) compra digital de serviços. Mas, na maior parte, a combinação dessas duas áreas tem sido o domínio do escritor de ficção científica, notadamente escritores como Vernor Vinge, William Gibson, Bruce Sterling e Orson Scott Card.
O grupo “Cypherpunks”, uma lista de email (grupo de discussão) anárquica e um grupo de hackers, foi formado por vários de nós em 1992 como um grupo para tornar concreta algumas das ideias abstratas frequentemente apresentadas em conferências. Tivemos alguns sucessos e alguns fracassos.[1] O grupo Cypherpunks também apareceu em um momento fortuito, o PGP estava se tornando popular, a revista Wired apareceu (aparecemos na capa da segunda edição), e a publicidade (hype?) sobre a Supervia da Informação (Information Superhighway, ou infobahn) e a World Wide Web atingindo uma crescente.
O site ftp.csua.berkeley.edu possui um número de ensaios e arquivos, incluindo arquivos criptográficos, no diretório pub/cypherpunks. Eu também escrevi/compilei um FAQ muito grande de 1.3 MB sobre estas questões, o Cyphernomicon, disponível em vários sites, incluindo meu diretório ftp, ftp.netcom.com, no diretório pub/tc/tcmay.
O grupo Cypherpunks é também um ótimo exemplo de uma “comunidade virtual”. Espalhados por todo o mundo, comunicando-se eletronicamente em questão de minutos, e aparentemente alheios às leis locais, os Cypherpunks são de fato uma comunidade, e uma virtual. Muitos membros usam pseudônimos, e remailers anônimos para se comunicar com a lista. A lista, em si, comporta-se como uma “pool de mensagens”, um lugar onde informações de todo o tipo podem ser anonimamente depositadas – e anonimamente recebidas (já que todos veem a lista inteira, como um jornal o destinatário pretendido é anonimizado).
Aviso legal: Consulte suas leis locais antes de aplicar qualquer dos métodos descritos aqui. Em algumas jurisdições, pode ser ilegal até ler artigos como esse (sério). Em particular, eu geralmente não darei endereços se sites ftp para cópias de PGP, acesso a remailer, sistemas de dinheiro digital, etc. Estes são bem cobertos em fóruns mais atuais, por exemplo, sci.crypt ou talk.politics.crypto, e há algumas questões não resolvidas sobre se a oferta do endereço de tais sites constitui (ou “subsidia e estimula”) a violação de várias leis de exportação e munições (a criptografia é considerada uma munição nos EUA e provavelmente em outros lugares…algumas nações consideram um impressora a laser um item de munição!).
¹ O grupo Cypherpunks foi formado principalmente por Eric Hughes, Tim May e John Gilmore. Começaram tanto as reuniões físicas, na área da Baía de São Francisco (The Bay Area) e em outros lugares, como reuniões virtuais em uma lista de email não moderada. O nome foi fornecido por Judith Milhon, como uma brincadeira sobre o gênero “cyberpunk” e a ortografia britânica da palavra “cipher”. A lista de discussão pode ser assinada enviando uma mensagem única “assinar cypherpunks” para majordomo@toad.com. Espere pelo menos 50 mensagens por dia. Cerca de 600 assinantes em muitos países estão atualmente na lista. Alguns são pseudônimos.
Este foi o segundo versículo da obra, amanhã o terceiro.
Abraços meus jovens, até amanhã!