Operação Lusocoin: brasileiro foragido em Dubai é acusado de chefiar esquema bilionário

Imagem: Dall-e
  • PF mira esquema bilionário com criptoativos e conexões internacionais.
  • Líder foragido em Dubai teria lavado dinheiro e financiado terrorismo.
  • Operação Lusocoin bloqueia ativos e busca prender envolvidos no exterior.

A Polícia Federal deflagrou a Operação Lusocoin para desarticular um esquema internacional de lavagem de dinheiro com uso de criptoativos. A investigação aponta que o grupo movimentava valores bilionários oriundos de facções criminosas brasileiras e mantinha conexões com o narcotráfico colombiano e com o financiamento de grupos terroristas no Oriente Médio. Foram decretadas diversas prisões, mas os principais alvos, incluindo o suposto chefe da organização, Matheus Carrasco Saraya, permanecem foragidos em Dubai.

De acordo com a PF, Saraya estruturou uma organização criminosa com apoio de familiares e amigos próximos, voltada para lavagem de dinheiro, evasão de divisas, sonegação fiscal e até financiamento ao terrorismo. Sua esposa, irmão e parceiros também tiveram mandados de prisão expedidos e seguem foragidos.

As investigações indicam que Saraya começou as atividades ilícitas no início da pandemia por meio da empresa Bull Intermediação de Negócios Ltda. Na época, mantinha contato direto com traficantes da Colômbia, de onde adquiriu criptoativos com recursos provenientes do tráfico internacional de cocaína. Registros de viagens internacionais mostram diversas idas ao país, confirmando as tratativas com grupos ligados ao narcotráfico.

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Operação Lusocoin

Para expandir o esquema, Saraya cooptou familiares, funcionários e “laranjas” para abrir diversas empresas fictícias usadas exclusivamente para movimentar recursos de facções criminosas brasileiras. Entre elas, estão: Axons Intermediação de Negócios Ltda, UP Latam Intermediação de Negócios Ltda, X Consultoria de Negócios Ltda, Onix Intermediações de Negócios Ltda, Base Intermediação de Negócios Ltda e LF Consultoria de Negócios Ltda.

Diante das dificuldades enfrentadas por criminosos para abrir contas em instituições financeiras tradicionais, Saraya também criou a Conta Bull, uma fintech que oferecia abertura de contas para integrantes do crime organizado. Dessa forma, os valores ilícitos eram enviados para as empresas de fachada e, em seguida, convertidos em criptoativos, o que dificultava o rastreamento pelas autoridades.

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Após grandes operações da PF contra empresários envolvidos em esquemas semelhantes, Saraya decidiu retirar-se do Brasil e transferir parte da organização criminosa para o exterior. Ele passou inicialmente por Portugal e Espanha, o que frustrou tentativas recentes de captura.

De acordo com as investigações, Saraya não apenas deixou o país, mas também levou consigo familiares, amigos e laranjas que atuavam no esquema, estratégia que tinha como objetivo dificultar o cumprimento de mandados de prisão, buscas e apreensões em território brasileiro. Ao transferir o núcleo da organização para fora do país, o líder buscava blindar seu patrimônio e garantir a continuidade das operações financeiras ilícitas.

Atualmente, Saraya está refugiado em Dubai, destino estratégico pela dificuldade de extradição. Além disso, segundo fontes da PF, Saraya realizou diversas viagens a Omã e outros países do oriente médio. Onde teria adquirido expertise técnica e estabelecido contatos para expandir a rede de operações financeiras, inclusive para o financiamento de grupos terroristas.

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Jornalista, assessor de comunicação e escritor. Escreve também sobre cinema, séries, quadrinhos, já publicou dois livros independentes e tem buscado aprender mais sobre criptomoedas, o suficiente para poder compartilhar o conhecimento.
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