A AnChain.AI, uma empresa de segurança de ecossistemas blockchain com inteligência artificial, divulgou um relatório mostrando que o equivalente a US$ 6 milhões em volume de transações foi impulsionado pela atividade agressiva de bots maliciosos no Dapps no primeiro trimestre de 2019.
O relatório – o estudo de maior escala de bots maliciosos no ecossistema EOS – também encontrou 51% de contas únicas e 75% do total de transações foram conduzidas por contas não humanas. A atividade bot ameaça a integridade da indústria de blockchain, já que a atividade do usuário, o volume de transações e o volume diário estão entre as métricas mais frequentes para determinar a validade tecnológica e precisamente o que está sendo falsificado, disse Victor Fang, CEO da AnChain.
Atividade de bots é uma característica blockchain
O estudo examinou milhões de transações das dez principais plataformas EAP Dapp – que representam 65% de todo o volume de transações EOS Dapp – para monitorar o desempenho e detectar atividades suspeitas. Usando inteligência artificial, AnChain foi capaz de extirpar contas repetitivas ou hiperativas para determinar que eles eram bots maliciosos.
Fang sugere que esses jogadores autônomos foram programados para aumentar o ranking, aumentar a liquidez dos tokens de serviços públicos, colher lucros não auferidos nos dividendos de pagamento, sabotar os concorrentes congestionando a Dapp ou lançar ataques direcionados a vulneráveis.
Em particular, durante o estudo, AnChain identificou cinco endereços da Ethereum por trás de um ataque extremamente sofisticado que empregou 50.000 bots maliciosos autodestrutíveis para roubar US$ 4 milhões em duas semanas, explorando uma falha contratual em um popular jogo de apostas.
O estudo sugere que a atividade de bots é uma característica, não um bug, de blockchain. Transações sob pseudônimo “deixam a porta aberta para que os bots não sejam detectados por longos períodos de tempo”, em comparação com as contas de internet baseadas em IP, que são governadas por uma autoridade central, como a ICANN ou a SEC.
“A natureza descentralizada torna as blockchains ainda mais difíceis de defender do que os sistemas em nuvem.”, disse Fang.
Blockchain será mais seguro
Embora AnChain tenha examinado apenas o EOS, suas descobertas coincidem com um relatório compilado pela SEC, que descobriu que “95% do volume de Bitcoins é falso”. Fang também admite: “No longo prazo, os blockchains serão mais seguros”.
Isso não quer dizer que os bots sejam apenas um problema para blockchains. O relatório cita um estudo mostrando que quase 40% de todo o tráfego da internet em 2018 foi motivado por bot. De fato, Fang fez uma alusão aos primórdios da internet, quando parecia que apenas sites de apostas e pornôs podiam prosperar. Em última análise, sugere ele, as blockchains precisam de mais responsabilidade – seja de uma autoridade centralizada ou de uma ação descentralizada.