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Pesquisa: Bitcoin não é usado como reserva de valor na Venezuela

Por Bruna Grybogi

O cientista de dados da dlab.vc, Matt Alhborg, realizou uma pesquisa que revelou que ao contrário do que se pensava, a Venezuela nao tem usado o Bitcoin como um ativo de reserva, mas sim como uma “moeda de ponte” entre sua moeda local, o bolívar, e outros fiats estáveis, como o dólar e o yuan. 

Além disso, Alhborg conseguiu identificar que o país comandado por Nicolás Maduro domina o mercado de criptomoedas na América do Sul. O pesquisador conseguiu identificar esse fenômeno após um blackout que ocorreu em todo o país no último dia 7. 

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Segundo gráficos, durante a falta de energia no país, obviamente, o número de transações em criptomoedas caiu significativamente. Contudo, a queda no volume de transações se estendeu a diversos outros países do continente. Assim, Alhborg identificou que o Bitcoin age como uma moeda transfronteiriça na América do Sul.

Como diversas nações da América do Sul sofrem atualmente com grande inflação, armazenar economias nas moedas locais se torna impraticável. De fato, a inflação nesses países é tão alta, que o valor de US$ 10 pode se tornou apenas US$ 5 em questão de semanas. 

A dolarização do Bitcoin na América Latina

Ainda, esses países sofrem com taxas de câmbio exorbitantes, tornando operações tradicionais de transmissão de valores algo impraticável. Portanto, os cidadãos têm que optar por sites informais, como o localbitcoins.com, para converter Bitcoin em bolívar, e vice e versa. 

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Entretanto, o pesquisador ressalta que com diversas mudanças econômicas progressistas, o volume de negociação do par tem diminuído. “Em conjunto com essa mudança de circunstâncias na Venezuela, também houve uma redução gradual no comércio de Bitcoin/bolívar no LocalBitcoins”.

Assim, essas circunstâncias transformaram o Bitcoin em uma “moeda ponte” para outros fiats mais estáveis, como o dólar e o yuan. Para que os cidadãos consigam manter reservas de dinheiro, eles optam por comprar Bitcoin e posteriormente liquidá-lo em dólar. Assim, Alhborg concluiu que hoje na América Latina, mas principalmente na Venezuela, está ocorrendo a “dolarização do Bitcoin”. 

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