Promotoria argentina busca congelar US$ 110 milhões em ativos ligados ao escândalo Libra

Imagem: Dall-e
  • O promotor argentino Eduardo Taiano está tentando congelar ativos que excedem US$ 110 milhões vinculados ao escândalo Libra
  • A crise política se intensificou quando o promotor Taiano solicitou registros de ligações e visitas na Casa Rosada
  • O escândalo chamou a atenção devido à sua suposta conexão com o presidente Javier Milei

A Justiça da Argentina deu um novo passo na investigação sobre o escândalo do Libra Memecoin, caso que envolve alegações de fraude e especulações sobre a possível participação do presidente Javier Milei. O promotor federal Eduardo Taiano solicitou o congelamento de US$ 110 milhões em ativos de carteiras digitais suspeitas de envolvimento no esquema.

A investigação busca recuperar transações feitas em 14 e 15 de fevereiro de 2025, quando a criptomoeda atingiu seu maior volume de negociação antes de perder mais de 90% do seu valor. Além do bloqueio dos ativos, o promotor quer acesso a registros internacionais de exchanges de criptomoedas e à recuperação de postagens deletadas sobre o projeto.

Suposto esquema e impacto no governo Milei

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O Libra surgiu com a proposta de financiar pequenos negócios na Argentina, mas se tornou um dos maiores casos de “rug pull” do setor cripto. Em poucas horas, o token chegou a alcançar US$ 4,5 bilhões em valor de mercado, mas desabou depois que oito carteiras digitais identificadas como insiders retiraram US$ 107 milhões antes do colapso.

Milei, que inicialmente promoveu o projeto em suas redes sociais, deletou as postagens e negou envolvimento, alegando que apenas “divulgou a ideia” sem conhecer detalhes. No entanto, a oposição na Argentina usa o caso para pressionar pelo impeachment do presidente, acusando-o de envolvimento em um esquema fraudulento.

A crise política se intensificou quando o promotor Taiano solicitou registros de ligações e visitas na Casa Rosada, tentando identificar possíveis ligações entre Milei e os criadores do Libra Memecoin. Além disso, identificaram a movimentação de US$ 4,5 milhões de uma carteira suspeita para outra, supostamente tentando ocultar os fundos.

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O caminho da investigação e a reação do mercado cripto

Diante das denúncias, a Justiça argentina encaminhou pedidos internacionais para exchanges estrangeiras, solicitando dados de transações e movimentações de contas ligadas ao caso. O objetivo é mapear para onde os fundos desviados foram transferidos e se há envolvimento de outros agentes públicos.

Apesar da instabilidade política, o escândalo também reacendeu o debate sobre a regulação das criptomoedas na Argentina. A popularidade de ativos digitais no país aumentou devido à hiperinflação, mas a falta de supervisão levanta questionamentos sobre como evitar golpes semelhantes no futuro.

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A decisão sobre o congelamento dos ativos deve ocorrer nos próximos dias. Enquanto isso, o mercado cripto na Argentina acompanha de perto os desdobramentos do caso, que pode ter impacto significativo na adoção e regulação das criptomoedas no país.

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Carlos Schuabb, conhecido como Papa no mercado, é redator do Bitnoticias desde julho de 2023, mas ele não começou assim: Iniciando no mercado cripto em 2018, no evento Bitconf, com o tempo se estabeleceu como um entusiasta dedicado, especialmente no que diz respeito ao universo cripto. Ele tem sido uma figura confirmada na organização de todas as edições do BITSAMPA, um evento de prestígio no cenário cripto em São Paulo.
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