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Real Digital do Brasil não será para o povo, diz Banco Central

Por Luciano Rodrigues
Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

A CBDC do Brasil, o Real Digital, não será para o povo, segundo revelou ao jornal Valor Econômico o executivo do BC, Flavio Araujo. Segundo ele, a moeda digital nacional terá como foco as instituições financeiras.

No entanto, isso não significa que a população não poderá usar o Real Digital. De acordo com Araujo, a CBDC vai habilitar um amplo sistema de tokenização, contratos inteligentes e pagamentos para internet das coisas e a população irá participar deste sistema com stablecoins emitidas pelos bancos.

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Portanto, basicamente, de acordo com Araujo, os bancos devem converter suas reservas, ou parte delas, em Real Digital. De posse do montante em CBDC a instituição poderá emitir stablecoins para seus clientes e estes, usar estas stablecoins dentro do sistema de contratos inteligentes do Real Digial.

“Como se garante que R$ 1 em depósito bancário vale uma nota de R$ 1? É a mesma estrutura regulatória, com as mesmas exigências de capital, que serão transpostas para os depósitos tokenizados. É só uma maneira diferente de registrar”, disse Araujo.

Ainda segundo o executivo do Banco Central, o sistema do Real Digital, terá uma ‘garantia’ contra hackers e, em alguns casos, a instituição financeira pode ser condenada a devolver o valor roubado do usuário caso seja identificado problemas nos contratos inteligentes ou custódia realizada pela instituição.

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“Isso porque é papel do banco fazer o reconhecimento da identidade do cliente, seja a partir de biometria, senhas e inteligência artificial”, afirmou.

Real Digital

Araujo destacou ainda que proposta do Banco Central é que a CBDC seja liberada, ainda em versão de testes, em 2023. Porém, sua implementação só deve ocorrer em 2024 e 2025. A implementação deve ser feita por fases e não será realizada ‘de uma vez para toda a população.

Entre os casos de uso do Real Digital está o pagamento no ecossistema de internet das coisas.

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“Por exemplo, toda vez que um veículo passar por um pedágio, o token (stablecoin do Real Digital emitida pelo Banco) com o valor correspondente à tarifa será transferido da carteira digital do carro (veículos e demais objetos conectados poderão iniciar pagamentos) para a concessionária. Hoje, isso já ocorre, mas por meio das gestoras de tags, que poderão ser dispensadas desse serviço”, afirmou o executivo do BC.

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Jornalista, assessor de comunicação e escritor. Escreve também sobre cinema, séries, quadrinhos, já publicou dois livros independentes e tem buscado aprender mais sobre criptomoedas, o suficiente para poder compartilhar o conhecimento.
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