- Zhimin Qian aplicou golpe de US$ 6,8 bilhões em Bitcoin contra 128 mil chineses.
- Governo britânico confiscou os ativos entre 2018 e 2021.
- Procuradores estudam compensar vítimas, mas Reino Unido pode manter parte do valor.
O Reino Unido avalia devolver aos chineses lesados quase US$ 7 bilhões em Bitcoin, resultado de um esquema fraudulento de investimentos. Zhimin Qian, nacional da China, enganou mais de 128 mil pessoas entre 2014 e 2017 e foi condenado por adquirir e possuir bens criminosos.
Além disso, ele converteu o dinheiro em Bitcoin e tentou lavar os ativos. A polícia britânica confiscou os fundos entre 2018 e 2021, depois que Qian entrou no país com documentação falsa.
Contexto e detalhes do caso
O golpe envolveu a captação de recursos de milhares de investidores, prometendo retornos inexistentes. No total, foram desviados US$ 6,8 bilhões, posteriormente convertidos em Bitcoin antes da detenção de Qian.
Recentemente, o Ministério Público britânico anunciou que pretende criar um plano de compensação para as vítimas.
“Diante da escala sem precedentes da apreensão, a restituição das vítimas deve vir primeiro”, afirmou Jackson Ng, advogado de um grupo de investidores.
Entretanto, especialistas alertam que o governo ainda pode se beneficiar do confisco. Nick Harris, CEO da CryptoCare, empresa de recuperação de criptoativos, explicou:
“O Reino Unido ainda pode reter o Bitcoin confiscado sob a Lei de Produtos de Crime, sem redistribuí-lo diretamente aos lesados.”
Além disso, em países como EUA e Austrália, governos frequentemente destinam ativos apreendidos ao Tesouro ou fundos de segurança pública, deixando as vítimas em segundo plano.
Impactos e repercussão internacional
O caso evidencia desafios globais no tratamento de criptoativos ilícitos e na proteção de investidores. Além disso, reforça a necessidade de cooperação internacional em crimes financeiros envolvendo moedas digitais.
Portanto, a decisão britânica pode servir de precedente para futuros casos de grande escala, equilibrando a recuperação de ativos e a compensação das vítimas.
Por fim, investidores e autoridades acompanharão de perto o desfecho, buscando estabelecer regras claras sobre a restituição de fundos digitais apreendidos em fraudes internacionais.