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Ruim para o dólar, bom para o Bitcoin: Banco dos Brics, apoiado pelo Brasil, quer se livrar dos EUA

Por Luciano Rodrigues
Fonte: DepositPhotos

O Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), criado pelo bloco BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), está em negociações com a Arábia Saudita para inclusão do país como membro, conforme relatos do Financial Times.

A iniciativa ocorre num momento crucial para o NDB, uma vez que busca expandir suas opções de financiamento em meio a sanções aplicadas à Rússia, um de seus membros fundadores, devido à invasão na Ucrânia.

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Além disso a busca por um novo parceiro estratégico tem como objetivo eliminar ainda mais a dependência dos países em realação ao dólar americano. As nações dos BRICS tem buscado eliminar a influência do dólar em sua balança comercial e começado a fazer acordos em moedas nacionais, sem o uso do dólar.

Isso pode ajudar a enfraquecer o poder da moeda americana e influenciar positivamente o Bitcoin já que ambos, históricamente, caminham em lados opostos: um dólar forte significa queda no Bitcoin e um dólar fraco, geralmente antecede movimentos de grande alta.

“Estamos engajados em um diálogo qualificado com a Arábia Saudita, país de grande importância no Oriente Médio”, afirmou o NDB ao Financial Times. A inclusão da Arábia Saudita, segundo maior produtor de petróleo do mundo, fortaleceria os laços entre o reino saudita e as maiores economias emergentes, além de ampliar a base de recursos financeiros do NDB.

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Diminuir dependência do dólar

A dependência do NDB em relação à Rússia, que detém 19% do banco, tem causado preocupações significativas. Em julho último, a agência de classificação Fitch rebaixou a nota de crédito do NDB, alertando que o “risco reputacional” poderia limitar o acesso do banco ao mercado de títulos em dólares.

Diante desse cenário, o NDB decidiu suspender a exposição à Rússia de $1,7 bilhões, ou 6,7% de seus ativos totais, e interromper o financiamento de novos projetos russos. A estratégia visava tranquilizar investidores sobre a conformidade do banco com as sanções ocidentais contra Moscou. Em maio deste ano, a Fitch revisou sua perspectiva de “negativa” para “estável”, ao avaliar as medidas adotadas pelo banco.

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Segundo Ashwani Muthoo, diretor-geral do escritório de avaliação independente do NDB, a captação de recursos é, atualmente, a questão mais importante. “Estamos lutando para mobilizar recursos. Queremos analisar instrumentos e moedas alternativas”, afirmou Muthoo.

Fundado em 2015, o NDB visa desafiar instituições financeiras dominadas pelo Ocidente. Desde sua criação, o banco já emprestou cerca de $33 bilhões para quase 100 projetos de desenvolvimento, além de admitir como membros os Emirados Árabes Unidos, Egito e Bangladesh.

Ainda que as autoridades sauditas não tenham comentado a questão, a possível adesão da Arábia Saudita ao NDB representa um movimento estratégico para a expansão e fortalecimento do banco em meio a um cenário geopolítico complexo.

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Jornalista, assessor de comunicação e escritor. Escreve também sobre cinema, séries, quadrinhos, já publicou dois livros independentes e tem buscado aprender mais sobre criptomoedas, o suficiente para poder compartilhar o conhecimento.
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