- Rússia reafirma rejeição ao Bitcoin como reserva nacional
- Criptomoedas vistas como instáveis e arriscadas por autoridades
- Uso de Bitcoin segue restrito a transações internacionais
O Banco Central da Rússia endureceu novamente sua posição contra o Bitcoin. Durante evento oficial, a autoridade financeira descartou o uso da criptomoeda como ativo de reserva.
A governadora Elvira Nabiullina reforçou a desconfiança histórica da instituição. Ela criticou diretamente a instabilidade das moedas digitais e rejeitou sua adoção no sistema financeiro russo.
Autoridade monetária reforça desconfiança na criptomoeda
Durante o Congresso Financeiro realizado em São Petersburgo, Nabiullina deixou claro que o banco não cogita incluir o Bitcoin ou qualquer outras criptomoedas nas reservas nacionais. A governadora apontou riscos excessivos, volatilidade e falta de previsibilidade como os principais fatores que impedem essa decisão.
“Não vemos as criptomoedas como estáveis ou confiáveis o suficiente para inclusão em nossas reservas”, declarou. Com isso, ela afastou qualquer possibilidade de substituição do ouro ou do rublo por moedas digitais.
A fala aconteceu em meio a pressões crescentes por alternativas aos ativos tradicionais, especialmente após as sanções econômicas impostas pelo Ocidente. Ainda assim, a liderança do banco optou por manter distância das criptomoedas, mesmo com o avanço global desses ativos.
Uso restrito segue em vigor para transações específicas
Apesar da rejeição como reserva, o governo russo permite transações internacionais com criptomoedas sob condições bem específicas. Traders qualificados e empresas que atuam no exterior podem negociar a criptomoeda em ambientes regulados, principalmente em contratos com parceiros fora da Rússia.
A exceção, no entanto, não muda a postura macroeconômica. O país continua a proibir pagamentos domésticos com moedas digitais, e o Banco Central não demonstra intenção de rever essa regra em curto prazo.
O posicionamento russo contrasta com movimentos recentes de países como El Salvador e Argentina, que buscaram nas criptos uma alternativa ao sistema financeiro tradicional. Moscou, por sua vez, aposta no fortalecimento do rublo e na digitalização estatal por meio do rublo digital.
Ainda mais, a visão da Rússia segue firme, ativos como o Bitcoin ainda não oferecem estabilidade ou segurança suficientes para conquistar espaço relevante na política monetária do país. A estratégia do Kremlin prioriza soberania, controle e previsibilidade – valores que, para o governo, o mercado cripto ainda não entrega.