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Satoshi Nakamoto e Martin Luther – 14 anos do White Paper do Bitcoin e 505 anos das 95 Teses

Por Jorge Siufi

Há 14 anos o White Paper do Bitcoin foi publicado por Satoshi Nakomoto, o desconhecido e “desaparecido” criador da principal criptomoeda do mundo.

Hoje, este documento relativamente simples (que contém oito páginas de conteúdo e mais uma página contendo oito citações bibliográficas, totalizando assim nove páginas), é uma referência para o novo modelo econômico mundial que visa a eliminação de terceiros nas transações financeiras entre duas partes.

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E também é uma forma de protesto contra o Estado e suas políticas econômicas, algo bastante propagado pelos criptoanarquistas e chypherpunks.

Assim, teria alguma relação da data de publicação do White Paper do Bitcoin com o criador do conceito protestante?

História

A primeira publicação do White Paper “Bitcoin: A Peer-to-Peer Electronic Cash System” ocorreu no domínio Bitcoin.org, que foi registrado no dia 18 de agosto de 2008 no site anonymousspeech.org.

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O fato da página ter sido criada aproximadamente dois meses e meio antes do lançamento do White Paper do Bitcoin sugere que Satoshi também possa ter sido o criador da página Bitcoin.org.

Outra suposição em relação a este fato é que provavelmente o White Paper do Bitcoin já poderia estar escrito dentro deste hiato temporal entre a criação do site e a data de postagem do White Paper, ou até mesmo antes da criação do site.

Como Satoshi é emblematicamente misterioso e um tanto quanto enigmático, pode ser que haja uma premeditação para a data do lançamento do White Paper do Bitcoin.

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Martin Luther e a reforma protestante

Martin Luther, conhecido no Brasil como Martinho Lutero, nasceu na Alemanha no século XV e se tornou monge e padre, e era um erudito.

Martin Luther é considerado o pai da reforma protestante, e praticamente esta estória teve início em 31 de outubro de 1517.

Foi neste dia que Martin Luther, aos seus 34 anos de idade, pregou um documento na porta do castelo de Wittenberg, na Alemanha, que supostamente dariam início a um movimento que anos depois seria chamado de reforma protestante.

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Pintura do artista Belga, Ferdinand Pauwels

O documento continha 95 teses e opiniões revolucionárias, e muitas delas questionavam a autocracia da igreja católica romana.

Dentre elas, algumas questionavam as indulgências cobradas da população, e acusavam a igreja católica por excessos cometidos, dentre eles a corrupção.

Foi dado o nome de indulgência o valor atribuídos aos fiéis para pagarem por seus pecados, prática esta incitada pelo próprio papa, bispos e sacerdotes à época.

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A prática passou a ser vista como sendo obsoleta por Luther, pois havia extrapolado os limites uma vez que o clero estava em campanha para arrecadar fundos para a reestruturação da Basílica de São Pedro, em Roma.

A revolta de Luther aconteceu, pois à época o príncipe Frederico III havia proibido a venda de indulgências na cidade de Wittenberg.

Entretanto, estimulados pelos religiosos da cidade muitos fiéis da igreja viajavam para outros locais para comprar indulgências com a crença de que estes não mais precisariam se arrepender de seus pecados.

O texto das teses foi redigido em latim, mas foi traduzido para outras línguas e se difundiu pela Europa.

Uma das cópias chegou à Roma, e o alto clero não mediu esforços para convencer Luther a se retratar pelos textos e abandonar tal ideia.

Devido à recusa de Luther, em 1521 o Papa Leão X excomungou-o da Igreja Católica.

Além disto, o imperador romano Carlos V realizou um referendo na cidade de Worms, na Alemanha, entre os dias 16 e 18 de abril de 1521, ao qual Luther deveria renunciar às suas afirmações das 95 Teses.

Mas pelo contrário, Luther não refutou suas teses, e apenas pediu desculpas por alguns “tons ríspidos” que usou no documento.

Assim, o imperador emitiu o documento “Edict of Worms” sete dias depois do referendo, ao qual declarava Luther como sendo um herege e proibia a população de propagar as suas ideias.

Assim foi escrito no documento:

“Por esta razão, proibimos a qualquer um de agora em diante ousar, seja por palavras ou por atos, receber, defender, sustentar ou favorecer o dito Martin Luther. Pelo contrário, queremos que ele seja preso e punido como um notório herege, como ele merece, que seja trazido pessoalmente a nós, ou que seja guardado com segurança até que aqueles que o capturaram nos informem, então ordenaremos a maneira apropriada de processo contra o referido Lutero. Aqueles que ajudarem em sua captura serão recompensados ​​generosamente por seu bom trabalho”.

Devido ao contexto das 95 Teses publicadas por Luther e das propostas de reformas que é bem provável que Satoshi tenha publicado o White Paper do Bitcoin no dia 31 de outubro.

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Redator da Revista Bitnotícias
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