Senado mira o P2P: nova lei pode enterrar a liberdade do Bitcoin no Brasil

Senado mira o P2P: nova lei pode enterrar a liberdade do Bitcoin no Brasil
  • Projeto de lei pode restringir o mercado P2P e ampliar o controle do Banco Central.
  • Transações diretas entre pessoas podem ser limitadas por valor e período.
  • Senador Kajuru nega que a proposta proíba autocustódia de criptomoedas.

Um novo projeto de lei apresentado pelo senador Jorge Kajuru (PSB-GO) pode mudar a forma como os brasileiros compram e vendem Bitcoin.

A proposta busca centralizar o mercado de criptoativos sob a supervisão do Banco Central, restringindo transações diretas entre pessoas físicas (P2P) e ampliando o controle sobre a custódia de criptomoedas.

Projeto amplia poder do Banco Central sobre o mercado cripto

De acordo com o texto, apenas instituições autorizadas como Prestadoras de Serviços de Ativos Virtuais (PSAV) poderão intermediar a compra e a venda de criptoativos.

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Dessa forma, todas as transações passariam a ocorrer em ambientes regulados, com identificação obrigatória dos usuários e comunicação de operações suspeitas ao COAF.

Fonte: Senado Federal

Além disso, o projeto limita as transações diretas entre pessoas físicas a valores definidos pelo Banco Central, que também poderia criar um teto global de operações por pessoa e por período.

Riscos de centralização e impacto no P2P

A proposta também prevê que todas as negociações sejam realizadas em pregões eletrônicos regulamentados pelo Banco Central, concentrando as operações em plataformas supervisionadas.

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Na prática, essa medida pode reduzir a autonomia dos usuários e, consequentemente, comprometer a descentralização que caracteriza o ecossistema cripto.

Por outro lado, para o mercado P2P — alternativa acessível e descentralizada às exchanges —, as novas regras podem encarecer e burocratizar as transações, afastando pequenos investidores. Além disso, especialistas alertam que a concentração de poder nas mãos do Estado pode limitar a inovação e restringir a liberdade financeira dos cidadãos.

Ainda assim, Kajuru defende o projeto. Ele argumenta que as transações diretas são o ponto mais vulnerável à lavagem de dinheiro e cita stablecoins como USDT e USDC como exemplos de instrumentos usados para movimentar recursos ilícitos.

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Dessa forma, o senador acredita que o endurecimento das regras reforçará a credibilidade do mercado e alinhará o setor às normas do sistema bancário tradicional.

Regulamentação em debate

Se aprovado, o projeto poderá transformar o ecossistema de criptomoedas no Brasil. As negociações entre usuários comuns ficariam sujeitas a limites e rastreamento estatal, enquanto exchanges e empresas de custódia ganhariam maior protagonismo.

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Adepto do DeFi e convertido à descentralização, deixei o sistema financeiro tradicional para viver a revolução cripto de dentro. Respirando blockchain, escrevendo sobre o que move o futuro — longe dos bancos, perto da liberdade.
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