- Os Senadores dos EUA criticaram o potencial presidente da Comissão de Valores Mobiliários, Paul Atkins, sobre seus laços com a falida FTX
- O senador John Kennedy, republicano de Louisiana, rapidamente questionou Atkins sobre o que a SEC planeja fazer em relação aos pais de Sam Bankman-Fried
- A senadora democrata Elizabeth Warren também criticou duramente a indicação
A nomeação de Paul Atkins para presidir a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) gerou intensos questionamentos no Senado americano. Durante a audiência de confirmação, senadores republicanos e democratas levantaram preocupações sobre sua proximidade com o setor de criptoativos e sua relação indireta com o colapso da FTX. As críticas refletem o crescente escrutínio sobre a atuação da SEC no cenário de regulamentação financeira e cripto.
Senadores pressionam por posição firme contra Sam Bankman-Fried
O senador republicano John Kennedy utilizou a audiência para questionar Paul Atkins sobre a possibilidade de perdão ao ex-CEO da FTX, Sam Bankman-Fried. Kennedy citou reportagens que indicam que os pais de SBF estariam tentando obter clemência junto ao governo. Ele afirmou que os Estados Unidos não devem permitir dois sistemas de justiça, exigindo que a SEC se posicione contra qualquer tipo de favorecimento.
Kennedy reforçou similarmente sua insatisfação com a atuação da agência sob a gestão atual e prometeu fiscalizar de perto o futuro presidente. Para o senador, o colapso da FTX representou um dos maiores escândalos financeiros recentes, e Atkins, se confirmado, deve garantir punições rigorosas e isonômicas. As declarações acentuaram o tom político da sabatina, refletindo a pressão pública por respostas concretas do órgão regulador.
Elizabeth Warren questiona conflitos de interesse e acusa Atkins de beneficiar bilionários
A senadora democrata Elizabeth Warren também criticou duramente a indicação. Conhecida por seu ceticismo em relação às criptomoedas, ela acusou Atkins de possuir “conflitos financeiros impressionantes”. A crítica se baseia sobretudo no fato de Atkins ter fundado a consultoria Patomak Global Partners, que prestou serviços para diversas empresas do setor cripto, incluindo a própria FTX.
De acordo com Warren, Atkins possui entre US$ 25 milhões e US$ 50 milhões em participação na empresa. A senadora exigiu transparência sobre a venda de sua parte na consultoria, alertando para a possibilidade de compra de influência.
Durante a audiência, ela classificou a atuação prévia de Atkins como “perigosa”, mencionando inclusive que ele não teria antecipado a crise financeira de 2008. A senadora ainda afirmou que o indicado sempre favoreceu grandes corporações, como a FTX, que cometeu um dos maiores crimes financeiros da história americana.
Mesmo com as críticas, Atkins prometeu uma abordagem regulatória mais “racional, coerente e ética” para o setor de ativos digitais. Ele afirmou que pretende reformular a estratégia da SEC, buscando clareza nas diretrizes e afastando-se do modelo punitivo adotado pela administração anterior. Em suma, a confirmação de seu nome permanece em debate, refletindo as divisões políticas em torno da regulamentação do mercado cripto.