Uma pesquisa recente conduzida pelo Instituto Universitário de Opinião Pública (Iudop) da Universidade Centro-Americana José Simeón Cañas (UCA) revelou que, apesar da adoção crescente do Bitcoin em El Salvador, 78% da população acredita que a criptomoeda não trouxe mudanças significativas para o país.
Realizado entre 9 e 22 de dezembro de 2023, o questionário envolveu cerca de 1.280 participantes e buscou avaliar a influência do Bitcoin na economia familiar, revelando uma percepção predominantemente desfavorável.
Ao serem questionados sobre o impacto do Bitcoin, 77,8% dos entrevistados consideraram que a moeda digital não alterou a situação econômica familiar, mantendo-a inalterada. Apenas 6,8% acreditam que o Bitcoin contribuiu para melhorias, enquanto 8% afirmam que a situação piorou.
Bitcoin
A pesquisa destaca um descompasso entre a crescente adoção do Bitcoin em transações cotidianas e a percepção da população sobre seu impacto real. Embora mais de 10% da população tenha utilizado Bitcoin durante 2023, a maioria dos entrevistados (85%) afirmou não utilizar criptomoeda para compras ou pagamentos, indicando uma desconexão entre a utilização prática e a opinião sobre seus benefícios.
Dos que utilizaram Bitcoin, 40% o fizeram entre três e 50 vezes durante 2023, predominantemente para pagamentos em supermercados (44%), serviços veterinários (15%), e despesas básicas como água e luz (12%). Apenas 1,3% dos entrevistados investiram na criptomoeda, enquanto 2% recebiam salários em Bitcoin.
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Apesar do aumento nas transações e pagamentos com Bitcoin, os resultados da pesquisa sugerem uma subutilização da criptomoeda, sem um impacto substancial na percepção dos cidadãos sobre a melhoria econômica do país. Essa divergência entre a adoção prática e a visão da população destaca desafios na aceitação generalizada do Bitcoin como meio de pagamento em El Salvador.
Essa é a terceira vez que o Iudop inclui perguntas sobre o Bitcoin em sua pesquisa, desde que o governo salvadorenho declarou o BTC como moeda com curso legal em 2021. Apesar da constante integração, os dados atuais refletem uma continuidade nas preocupações econômicas dos salvadorenhos, especialmente em relação ao alto custo de vida.
No entanto, há uma percepção positiva em relação às medidas de segurança tomadas pelo presidente Nayib Bukele, com 91% acreditando na diminuição da criminalidade no país.