- Proposta reduz inflação e antecipa escassez do token SOL
- Validadores temem queda de rendimentos e maior centralização
- Mudança pode redefinir a política monetária da Solana até 2026
A Solana entrou novamente no centro das atenções após uma proposta que pode reduzir a inflação em até 30% e mudar a dinâmica do ecossistema. A ideia, chamada SIMD-0411, sugere dobrar a taxa de desinflação anual e diminuir a emissão de novos tokens ao longo dos próximos anos. A iniciativa, no entanto, já provoca debates sobre segurança, incentivos e o rumo da tokenomics da rede.
Os desenvolvedores afirmam que a proposta pode acelerar a transição da Solana para um modelo de baixa emissão, reduzindo a pressão constante de oferta. Além disso, eles explicam que isso pode criar uma oferta mais enxuta, mas também afetar diretamente os rendimentos do staking, ponto que desperta preocupação entre validadores.
Proposta dobra desinflação e antecipa meta de inflação terminal
A SIMD-0411 estabelece que a Solana reduza sua inflação anual em 30% ao ano, e não mais em 15%. Esse ajuste faria a rede alcançar sua meta de inflação terminal de 1,5% já em 2029, três anos antes do previsto. Hoje, essa meta é projetada apenas para 2032.
Modelagens indicam que a rede deixaria de emitir cerca de 22,3 milhões de SOL até 2031, algo próximo de US$ 3 bilhões nos preços atuais. Porém, esse corte representaria uma mudança profunda na política monetária da Solana, que passaria a seguir curvas de oferta semelhantes às de blockchains de “baixa inflação e alta utilização”, como o Ethereum.
Enquanto isso, os defensores explicam que uma emissão menor pode reforçar a escassez, principalmente após o aumento inesperado de demanda por SOL nos ETFs. Eles destacam também o crescimento da atividade na rede, impulsionada por transferências de stablecoins, pagamentos e memecoins.
Validadores temem queda nos rendimentos e risco de centralização
Apesar do entusiasmo, validadores apontam riscos claros. A redução da inflação significa quedas graduais nos rendimentos de staking. Porém, as projeções mostram que o retorno cairia de 6% hoje para 5% no primeiro ano, 3,5% no segundo e pouco acima de 2% no terceiro ano.
Esse cenário pode pressionar validadores menores, que dependem dos rendimentos para manter operações. Por isso, muitos temem que a mudança aumente a centralização, enfraquecendo a segurança da rede.
A proposta ainda está em avaliação e precisa ser discutida pela comunidade, testada tecnicamente e analisada em governança. Se aprovada, representará o maior ajuste econômico da Solana desde seu lançamento.
Agora, os validadores terão de decidir se priorizam escassez ou estabilidade no rendimento do staking. Essa escolha pode definir o futuro da política monetária da SOL e influenciar sua trajetória no mercado até 2026.
