O sistema internacional de pagamentos Swift divulgou recentemente que realizou com sucesso testes com o uso de moedas digitais do banco central (CBDCs) para movimentação de dinheiro entre países e pagamentos internacionais.
Embora ainda não haja uma data para o lançamento de uma rede ou solução baseada em CBDC pela entidade, os resultados foram considerados positivos pelos 18 bancos centrais e comerciais que participaram do estudo.
O teste da CBDC contou com grandes players internacionais como HSBC, Standard Chartered e NatWest, além de instituições financeiras como a Deutsche Bundesbank e a Autoridade Monetária de Cingapura.
O teste piloto analisou como diferentes CBDCs podem interoperar por meio de um conector CBDC baseado em API, usando duas redes blockchain diferentes e sistemas de pagamento baseados em fiat existentes.
Todos os participantes do piloto expressaram “forte apoio” para o desenvolvimento contínuo da solução, e concordaram que o conector CBDC usado nas simulações permitia “troca contínua de CBDCs”.
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CBDCs são o futuro
Os participantes também afirmaram que isso era verdadeiro para transferências entre CBDCs construídos em diferentes plataformas, o que é visto como fundamental, dado o risco de fragmentação, já que os bancos centrais de todo o mundo constroem seus próprios CBDCs.
No caso do Brasil, por exemplo, o Banco Central anunciou o Hyperledger Besu como plataforma de testes para o Real Digita. Já a China construíu um DLT próprio enquanto alguns países já declararam que vão usar Ethereum, BNBChain e Tron.
O Swift agora desenvolverá uma versão beta do sistema para testes adicionais pelos bancos centrais. Depois disso, uma segunda fase de testes de sandbox será realizada para que os participantes explorem novos casos de uso, incluindo liquidação de títulos, financiamento comercial e pagamentos condicionais.
Tom Zschach, diretor de inovação da Swift, disse que o estudo mostrou que a Swift pode continuar a desempenhar um papel crítico em um ecossistema financeiro onde moedas tradicionais e CBDCs coexistem.
Os resultados do estudo da Swift vêm poucos dias depois que o Banco de Compensações Internacionais (BIS), também conhecido como o “banco central dos bancos centrais”, divulgou os resultados de seu próprio estudo piloto para o uso de CBDCs em transações internacionais.
O estudo do BIS afirmou que é possível que os bancos centrais tenham “autonomia quase total” sobre o design de seu próprio CBDC, ao mesmo tempo em que tornam o CBDC interoperável com os CBDCs de outros países para transações internacionais.
Com isso, as expectativas são de que o uso de CBDCs se torne cada vez mais comum em transações internacionais no futuro.