Tether planeja auditoria completa para comprovar reservas do USDT e reforçar transparência

• CEO da Tether está supostamente se envolvendo com uma empresa de contabilidade Big Four para auditoria de sua reserva de ativos
• Atualmente, a Tether divulga relatórios trimestrais, mas nunca passou por uma auditoria independente anual
• Ardoino também afirmou que o processo pode ser facilitado sob o governo do presidente Donald Trump

A Tether, emissora da stablecoin USDT, anunciou que pretende realizar sua primeira auditoria financeira completa com uma das Big Four, grupo das quatro maiores empresas de contabilidade do mundo. A iniciativa visa aumentar a transparência e comprovar que os tokens emitidos estão totalmente lastreados, garantindo a paridade de 1:1 com o dólar.

Pressão do mercado e necessidade de auditoria

O CEO da Tether, Paolo Ardoino, afirmou que a auditoria é uma “prioridade máxima”, especialmente após o aumento das críticas sobre a falta de transparência da empresa. Atualmente, a Tether divulga relatórios trimestrais, mas nunca passou por uma auditoria independente anual.

O mercado cripto tem manifestado preocupações sobre a real capacidade de liquidez da Tether, levantando questionamentos se a empresa possui, de fato, os US$ 118 bilhões em reservas que declara.

O setor teme um cenário semelhante ao colapso da FTX, que afetou a confiança dos investidores e gerou grande instabilidade no mercado de ativos digitais.

Ardoino também afirmou que o processo pode ser facilitado sob o governo do presidente Donald Trump, que tem adotado uma postura pró-cripto. Ele destacou que, caso a administração dos EUA trate a auditoria como prioridade, as Big Four terão que atender à demanda, acelerando o processo.

Histórico de polêmicas da Tether e desafios regulatórios

A Tether já enfrentou sanções no passado devido à falta de transparência. Em 2021, a empresa recebeu uma multa de US$ 41 milhões pela Comissão de Negociação de Futuros de Commodities dos EUA (CFTC) por fornecer informações enganosas sobre suas reservas.

Em setembro de 2024, o fundador da Cyber Capital, Justin Bons, classificou a Tether como “uma das maiores ameaças ao mercado cripto”. Ele também questionou a falta de auditorias independentes. Além disso, um relatório da Consumers’ Research também criticou a ausência de informações financeiras detalhadas.

A Tether ainda enfrenta desafios na Europa. Recentemente, a empresa criticou a remoção do USDT de diversas exchanges, como a Crypto.com, após novas regulamentações do MiCA entrarem em vigor. A empresa alegou inclusive que as restrições dificultam a inovação e a adoção de stablecoins.

Com a realização da auditoria, a Tether busca recuperar a confiança dos investidores e fortalecer sua posição no mercado, garantindo maior conformidade regulatória e transparência sobre suas operações financeiras.