Faltam menos de 6 horas para um dos eventos mais esperados da história recente dos criptoativos.
A fusão entre a rede Ethereum 1.0 que opera em algoritmo de prova de trabalho (PoW) com a rede Ethereum 2.0 trará o algoritmo de prova de participação à “nova” rede, a qual a sua mainnet se chama Beacon Chain.
Até que enfim, a fusão
No início desta quinta-feira (15) ocorrerá a fusão entre a rede Ethereum (ETH) 2.0 com a 1.0.
De fato o “The Merge” teve início após a atualização Bellatrix (no dia 06 de setembro) que implementou a camada de consenso da rede Ethereum no PoS.
O final do processo ocorrerá com o fork Paris, e a fusão completa entre as mainnets.
No momento desta redação faltava cerca de 2.060 blocos a serem minerados para a ocorrência da fusão.
Assim que a dificuldade total da rede (TTD) atingir o valor de 5,875e+22 ocorrerá a fusão.
Após dois blocos produzidos na rede PoS (ETH 2.0), o processará será dado como “concluído”, e a “nova” rede se tornará a principal.
Expectativas
De mais imediato a principal expectativa é que ocorra uma transição tranquila, e que a fusão ocorra normalmente.
O mundo está de olho na atualização, principalmente pela incerteza sobre o que ocorrerá com o preço do ETH, onde espera-se que o movimento conduza o mercado como um todo.
Muitos acreditam que o evento The Merge já esteja precificado, e que diante da alta recente possa haver uma grande liquidação de tokens num movimento especulativo do mercado.
Por outro lado pode ser que ocorra o contrário, e com o sucesso da fusão o preço da criptomoeda suba.
Numa análise mais fundamentalista global econômica, este evento pode durar pouco tempo, uma vez que a situação econômica mundial pode trazer alta de juros no próximo anúncio do FED norte-americano na próxima semana, o que tem derrubado o preço dos ativos do mercado de renda variável.
Houve no dia de hoje uma forte entrada de tokens ETH nas exchanges centralizadas, o que pode estar relacionada a um despejo de tokens, assim como também uma possível precaução por parte dos investidores, caso a fusão não ocorra como esperado.
Por fim, também justifica o envio de ETH por parte dos investidores no intuito de receberem os tokens de um possível fork da rede, onde mineradores poderão que manter o processo de PoW.
Saindo da especulação do mercado sobre o evento The Merge, a expectativa é que o sistema de PoS traga grandes melhorias à rede.
Nem faz-se necessário comentar a respeito da economia de energia dentro do protocolo, uma vez que o sistema de prova de trabalho (PoW) despende uma grande quantidade de energia, além de envolver supostas questões ambientais.
Estes problemas serão dirimidos com o sistema de PoS.
Além disto, espera-se que a rede se torne mais segurança com a organização e distribuição de força de validação de transações e blocos entre os nós validadores da rede.
Há diversas discussões sobre qual sistema é mais seguro, PoW ou PoS, e estas questões muitas vezes são defendidas a unhas e dentes por aqueles que usam vieses de confirmação para enxergarem as possibilidades de cada tipo de processo.
Independentemente disso, com a instalação do sistema de “cadeias de shards” a rede pretende se tornar mais escalável.
Assim, o ETH 2.0 tentar se aproximar mais da solução do trilema das blockchains, a qual supõe-se que nenhuma blockchain consegue abranger segurança, escalabilidade e descentralização ao mesmo tempo.
De certa forma nos modelos atuais de blockchain dois desses aspectos se tornam favorecidos, prejudicando o outro aspecto.
É esse trilema que a cadeia Beacon tenta abranger, dando seguimento ao imenso desenvolvimento da rede Ethereum.
Também espera-se que os investimentos, principalmente institucionais, aumentem, e tragam uma progressão maior do que havia na cadeia ETH 1.0
Vale lembrar que os protocolos que rodam na rede Ethereum, assim como os serviços de DeFi e exchanges centralizadas, tomarão as suas próprias condutas pós-The Merge, no que se refere às transações e principalmente depósitos e retiradas de tokens ERC-20 e principalmente de tokens ETH.
Por fim, tem a situação dos NFTs, onde estes poderão ser duplicados caso haja forks da rede, e isto é um outro longo ponto a ser discutido, principalmente relevando que as plataformas não pretendem dar suporte aos tokens de forks da rede ETH.