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Vitalik Buterin aponta 3 grandes riscos no staking de Ethereum

Por Luciano Rodrigues
Foto: Dall-e

O cofundador do Ethereum, Vitalik Buterin, trouxe à tona três grandes riscos que podem comprometer o staking na rede Ethereum. Em um ensaio recente, ele focou especialmente na centralização da prova de participação (PoS), algo que ele considera um dos principais desafios para a segurança e descentralização da plataforma.

Segundo Buterin, o staking de Ethereum tende a se concentrar em grandes entidades, já que stakers buscam unir seus recursos para maximizar retornos. Isso, no entanto, gera um efeito colateral perigoso: a centralização. Grandes pools de staking podem acabar dominando o processo de validação, forçando pequenos stakers a se juntar a essas grandes entidades. Essa concentração de poder, para Buterin, pode criar dois grandes problemas: o risco de censura de transações e a possibilidade de ataques de 51%, onde uma única entidade pode controlar a maior parte da rede.

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Dados recentes mostram que apenas duas entidades são responsáveis pela seleção de 88% dos blocos validados na rede Ethereum. Esse cenário dá aos construtores de blocos um poder significativo para manipular a ordem das transações, o que pode causar problemas graves, como o atraso em transações críticas. Um exemplo disso seria o impacto em liquidações DeFi, que podem ser manipuladas se as transações demorarem mais para serem validadas.

Ethereum: riscos no processo de construção de blocos

Outro ponto levantado por Buterin é o risco atrelado ao processo de construção de blocos. Na atual estrutura do Ethereum, os validadores atestam as transações, mas os construtores de blocos, que geralmente são entidades centralizadas, selecionam quais transações serão incluídas em cada bloco. Com duas entidades controlando a seleção de quase 90% dos blocos, a descentralização fica comprometida. Embora ainda não haja 100% de censura, a atual taxa de 88% já eleva o risco de manipulação do mercado.

Para resolver essa questão, Buterin propôs a fase “Ethereum Scourge”, que introduzirá uma lista de inclusão de transações, dando aos validadores maior poder na escolha dos blocos. Além disso, alternativas como o BRAID, um esquema de múltiplos proponentes concorrentes, também podem ajudar a descentralizar o processo de produção de blocos.

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Além da centralização, Buterin destacou outro risco no staking de Ethereum: o crescimento exagerado do número de ETH em staking. Atualmente, cerca de 30% do fornecimento total de Ethereum está alocado em staking, o que é suficiente para proteger a rede contra ataques de 51%. No entanto, se essa porcentagem subir muito, o cenário pode mudar. Um aumento substancial de ETH em staking pode aumentar a dominância dos grandes provedores de staking líquidos, elevando ainda mais o risco de centralização.

Buterin e a comunidade Ethereum estão discutindo possíveis soluções para esse problema, incluindo limites para a quantidade de ETH que pode ser destinada ao staking e a criação de níveis diferentes de participação. Essas medidas, segundo Buterin, são cruciais para evitar que o staking de Ethereum se torne altamente centralizado, o que comprometeria a segurança da rede.

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Jornalista, assessor de comunicação e escritor. Escreve também sobre cinema, séries, quadrinhos, já publicou dois livros independentes e tem buscado aprender mais sobre criptomoedas, o suficiente para poder compartilhar o conhecimento.
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