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Vitalik Buterin no limbo?

Por Jorge Siufi

Um dos principais fundadores do protocolo Ethereum, Vitalik Buterin, despejou seus pensamentos no Twitter em um momento aparente de reflexão sobre o mercado criptográfico.

Assim, apontou contradições entre o ether e o bitcoin, e falou sobre o ecossistema Ethereum.

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Momentos de introspecção

Vitalik Buterin veio à público e tornou público seus pensamentos em um momento introspectivo e de autoanálise.

Primeiramente Buterin falou a rede Bitcoin e citou as mudanças que estão ocorrendo na rede ETH.

Buterin disse que “há uma contradição entre meu desejo de ver o Ethereum se tornar mais um sistema semelhante ao Bitcoin, enfatizando a estabilidade de longo prazo, mesmo culturalmente, e meu entendimento de que chegar lá requer muita mudança ativa coordenada de curto prazo”.

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A seguir, Buterin disse que não sabe se prefere que o Ethereum construa sistemas fixos que resistam à passagem do tempo para reduzir a dependência das pessoas, ou se prefere dar relevância aos protagonistas que ajudam o mundo a avançar e que estão imersos no ecossistema.

Para Buterin, “há uma contradição entre meu desejo de ver o Ethereum se tornar uma camada 1 que pode sobreviver a circunstâncias verdadeiramente extremas e meu entendimento de que muitos aplicativos importantes no Ethereum já são baseados em suposições de segurança muito mais fracas do que qualquer coisa que consideramos aceitável no mundo”.

Paleativo

Buterin está se referindo às soluções de segunda camada da rede e às sidechains, que muitos desenvolvedores e usuários estão escolhendo para usar o Ethereum.

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Estas escolhas partem do princípio da usabilidade e escalabilidade, onde a rede em camada 1 sofre com congestionamentos e altas taxas.

A problemática vista por Buterin é que as soluções de segunda camada não possuem a mesma segurança e descentralização que a rede principal.

Mas mesmo assim Buterin ainda acredita que o ecossistema como um todo será seguro e descentralizado de qualquer maneira se a camada base for forte.

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Assim Buterin disse que “essas coisas são uma grande parte do que mantém a economia criptográfica funcionando”, e que ” elas pagam por todos os meus experimentos favoritos de DAO e governança”.

Continuando, disse que “há uma contradição entre meu desejo de simplificar o máximo possível a camada 1 e meu desejo de simplificar todo o ecossistema o máximo possível”.

Mazelas

Buterin também expressou suas aflições sobre a economia global e o papel dos criptoativos dizendo que espera que as criptomoedas cresçam além das finanças, e que em seu entendimento o setor de finanças é a categoria de aplicativos mais bem-sucedida que existe.

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E incluiu neste pensamento as classes desprivilegiadas e desbancarizada, “especialmente entre os residentes do terceiro mundo, ativistas de direitos humanos e pessoas vulneráveis ​​em geral”.

Mas explicou que seu anseio por descentralização contrasta com a democracia onde na prática disse que concorda mais com as elites intelectuais do que com “o povo” em muitas questões políticas.

E apresentou outra indecisão, pois para ele “há uma contradição entre meu desejo de ver mais países adotarem experimentos políticos radicais (por exemplo, países criptográficos), e meu entendimento de que os governos mais propensos a ir até o fim em tais coisas são mais propensos a serem centralizados e hostis com a diversidade internamente”.

Por exemplo, Buterin se pronunciou à época em que El Salvador adotou o bitcoin como moeda de curso Legal no país.

Buterin disse que “as empresas terem que aceitar compulsoriamente uma criptomoeda específica é contrário aos ideais de liberdade que deveriam ser importantes para o espaço das criptomoedas”.

Mas cabe salientar que as empresas e pessoas em El Salvador não são obrigadas a aceitarem a criptomoeda podendo usar apenas o dólar, caso queiram.

Reflexões

Diante de suas falas muitos questionamentos surgiram nas redes sociais.

Apesar das críticas, muitos analisaram o comportamento de Buterin igual a dos grandes nomes do mercado cripto que de fato não têm medo de expor as problemáticas e situações, além dos percalços do processo de evolução de um protocolo cripto.

Boa parte da fala de Buterin é referente ao “merge” do protocolo ETH2.0, que provavelmente deverá sofrer novo atraso e não será lançado no meio do ano, conforme suposto pelos desenvolvedores.

Até por isso Buterin convive com a desconfiança e suposições negativistas dos bitcoiners maximalistas.

Mas Buterin fez questão de frisar que é uma figura mediadora que “se une”, indagando se não pode “ser amigo de todos?”.

O mercado criptográfico está passando por momentos de reflexão onde se vê fundamentos sólidos e inovadores em poucos protocolos criptográficos, e que mesmo assim vem crescendo de forma desenfreada.

E por vezes o mercado deu suas lições, como no hype de “rug pulls” nas ICOs, nos ataques cybercriminosos aos protocolos de finanças descentralizadas, ou na falência de protocolos como o Terra, recentemente.

Os questionamentos e a visão de Buterin expressam os paradigmas dentro de uma das mentes que criou o maior protocolo cripto do mundo.

Mas que também tem apenas 28 anos, e uma responsabilidade imensa sobre suas costas.

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Redator da Revista Bitnotícias
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