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O Evangelho de Satoshi Nakamoto – Cap. 22 vers. 3

Por Leonardo Broering Jahn

Bom dia povo!

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No versículo anterior vimos a segunda parte da tradução da obra “Measuring Value”. Hoje continuamos.

 

Mensuração de Valor

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A mensuração de valor é um problema bastante amplo. Ele aparece em qualquer sistema de trocas – reciprocidade de favores, escambo, dinheiro (Capítulo 1), crédito, emprego, ou compra em um mercado. É importante na extorsão, taxação, tributo, e na configuração de penalidades judiciais. É importante até no altruísmo recíproco nos animais. Considere macacos trocando favores – digamos pedaços de frutas por coçadas nas costas. A catação mútua pode remover carrapatos e pulgas que um indivíduo não pode ver ou alcançar. Mas o quanto de catação versus quantos pedaços de frutas constitui uma reciprocidade em que os dois lados consideram “justo”, ou em outras palavras uma defecção? Vinte minutos de coçada nas costas vale um ou dois pedaços de fruta? E qual o tamanho do pedaço? E quanto tempo é vinte minutos mesmo? Em alguns casos isto é relativamente fácil de resolver, como com o escambo atrasado de sangue por sangue dos morcegos vampiros. Esses morcegos podem vir pra casa de uma missão de caçada tanto estufados como famintos. Os estufados podem regurgitar o sangue para alimentar os famintos. O recebedor grato pode se lembrar do favor e retorná-lo em uma viagem de caçada futura em que a situação seja inversa. E, de fato, algum grau de comércio recíproco ocorre entre os morcegos vampiros, mesmo entre os não-parentes.

Mesmo esse caso simples de trocar sangue por sangue é, no entanto, muito mais complicado do que parece. Como os morcegos estimam o valor do sangue que receberam? Eles estimam o valor de um favor em peso, a granel, a gosto, por sua capacidade de saciar a fome ou outras variáveis? Da mesma forma, as complicações de medição surgem mesmo na simples troca de macacos de “você coça minhas costas e eu coço as suas”.

Para a grande maioria das trocas potenciais, o problema de medição é intratável para os animais. Ainda mais do que o problema mais fácil de lembrar rostos e combiná-los a favores, a capacidade de ambas as partes concordarem com precisão suficiente em uma estimativa do valor de um favor em primeiro lugar é provavelmente a principal barreira ao altruísmo recíproco entre os animais.

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É também provável que seja a barreira mais importante na troca entre humanos. Muitos tipos de troca, provavelmente muitos mais do que a maioria dos economistas percebem, são inviabilizadas pela incapacidade de uma ou ambas as partes em uma troca avaliarem seu valor. Durante a maior parte da história humana, a maior parte dos mercados possíveis hoje não era viável, em grande parte devido à incapacidade dos potenciais participantes do mercado mensurar o valor: estimar o valor da transação para si próprios e depois usar essas estimativas para descobrir e concordar com uma medição objetiva comum. A mensuração do valor foi e também é importante para o desenvolvimento de muitas instituições econômicas relacionadas aos mercados. A contabilidade, que examinaremos a seguir, foi crucial para o desenvolvimento de grandes empresas e sistemas modernos de tributação.

O processo de determinar o valor de um produto a partir de observações é necessariamente incompleto e dispendioso. Por exemplo, um comprador pode ver que uma maçã é vermelha brilhante. Isso tem alguma correlação com seu sabor (a qualidade que um comprador típico realmente deseja de uma maçã), mas dificilmente é perfeita. A aparência da maçã não é um indicador completo – uma maçã às vezes tem um ponto podre lá dentro, mesmo que a superfície esteja perfeitamente brilhante e vermelha. Chamamos uma medida indireta de valor – por exemplo, o brilho, a vermelhidão ou o peso da maçã – uma medida substituta (proxy). De fato, todas as medidas de valor, além dos preços em um mercado ideal, são medidas substitutas – o valor real é subjetivo e amplamente tácito.

Tais observações também têm um custo. Pode levar algum tempo para separar as maçãs para encontrar as mais brilhantes e mais vermelhas, e enquanto isso, o comprador machuca as outras maçãs. Custa ao vendedor colocar um brilho brilhante e falso de cera, e custa ao comprador porque ele pode ser enganado pela cera, e porque ele tem que comer cera com sua maçã. Às vezes, esses custos de medição surgem apenas da imperfeição da comunicação honesta. Em outros casos, como encerar a maçã, o custo ocorre porque as partes racionalmente auto-interessadas jogam com o observável.

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As medidas são componentes críticos das instituições – como leilões, contratos, sistemas contábeis, normas legais de dano, regras tributárias etc. – que alinham incentivos entre as partes que, antes de participarem da instituição, possuem incentivos incompatíveis. Podemos dividir o problema de medição em dois componentes – o primeiro, a escolher os fenômenos e unidades que serão medidos, e segundo, medir esses atributos de forma a minimizar a falsificação da medida entre as partes cujos incentivos em relação ao valor estão desalinhados.

O custo geralmente pode ser medido de maneira muito mais objetiva do que o valor. Como resultado, as medidas proxy mais comuns são vários tipos de custos. Exemplos incluem:

  1. Pagar pelo emprego em termos de tempo trabalhado, e não pela quantidade produzida (taxas por peça) ou outras medidas possíveis. O tempo mede o sacrifício, ou seja, o custo das oportunidades perdidas pelo empregado.
  2. A maioria dos números registrados e relatados pelos contadores para os ativos são custos e não os preços de mercado que se espera que sejam recuperados pela venda de ativos.
  3. Dinheiro não-fiduciário e colecionáveis obtêm seu valor principalmente de sua escassez, ou seja, seu custo de reposição.

Agora olhamos para um conjunto particularmente desafiador de problemas de medição – aqueles enfrentados por um coletor de impostos. Sendo a tributação o tipo de relação econômica menos cooperativa – os incentivos entre as partes sendo os mais desalinhados -, o jogo de mensuração entre as partes assume sua forma mais séria.

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Ficamos por aqui hoje, amanhã voltamos com a quarta parte. Fiquem com Deus!

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@leonardobjahn Natural de Florianópolis, SC 27 anos Evangelista Bitcoin Graduando Administração na UFSC Professor particular e tradutor de Inglês
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