A empresa de investimentos, VanEck, emitiu um relatório onde abordou possíveis criptoativos aos quais poderá ter posição de investimentos no futuro, e também falou sobre o aperto regulatório ao mercado que ajudou o Bitcoin, mas prejudicou demais setores dos criptoativos.
O relatório escrito pelo chefe de pesquisa de ativos digitais da VanEck, Mateus Sigel, aborda diversos assuntos, dentre eles as problemáticas regulatórias, além de parâmetros e dados de 25 criptoativos aos quais supostamente a empresa esteja interessada em constituir novos tipos de investimentos.
De acordo com o pesquisador, o Bitcoin superou diversos tipos ou setores de investimentos criptográficos no mês de junho, e este rendimento foi embasado basicamente por dois motivos que envolvem processos regulatórios.
Aperto regulatório ajudou o Bitcoin e prejudicou demais criptoativos
Uma das principais empresas norte-americanas de investimentos tradicionais e que vem cada vez mais se interessando em produtos do mercado de criptoativos, a VanEck, divulgou um vasto relatório onde abordou possíveis motivos para a alta do Bitcoin e para a depreciação de outros setores do mercado cripto no mês de junho.
De acordo com o relatório, ‘a dispersão dos preços dos ativos digitais atingiu níveis extremos em junho, quando o Bitcoin ganhou 12%, enquanto todos os setores criptográficos que rastreamos caíram no mês’.
De fato, o Bitcoin cresceu perante os demais criptoativos durante o mês de junho tanto que voltou a abranger mais de 50% da capitalização total de mercado cripto. E o principal motivo que causou esta divergência de desempenho está relacionado à regulação do mercado em todo o mundo, com ênfase nos EUA.
Para o chefe de pesquisas em ativos digitais da VanEck, dois foram os principais fatores que moldaram o desempenho dos criptoativos no mês de junho, e ambos dizem respeito às condições regulatórias.
Primeiro foi a divulgação da ‘Proposta de Estrutura de Mercado de Ativos Digitais’ lançada em 02 de junho pelo presidente do Comitê de Serviços Financeiros da Câmara, Patrick McHenry. A proposta visa estabelecer diretrizes claras para que as criptomoedas sejam classificadas como um título ou mercadoria.
Ademais, como segundo motivo, vieram os processos impetrados pela Comissão de Valores Mobiliários (SEC) dos EUA, no dia 05 de junho contra a exchange Binance e no dia 06 contra a exchange Coinbase.
As acusações da entidade regulatória alegaram que as exchanges de criptoativos operavam como ‘bolsas e corretoras de valores mobiliários nacionais não registradas’. No mais, alegou que a Binance ‘misturou ativos de clientes’.
Com isto a SEC elencou alguns criptoativos como sendo ‘títulos patrimoniais’, o que resultou em grande depreciação do mercado como um todo, em especial dos criptoativos listados pela SEC no processo.
Segundo Sigel, estes fatores foram preponderantes para o desempenho do Bitcoin ter sido superior ao das demais altcoins. Vale lembrar que perante ao primeiro motivo, o da ‘Proposta de Estrutura de Mercado de Ativos Digitais’, o presidente da SEC, Gary Gensler, já pontuou que praticamente todos os criptoativos, salvo o Bitcoin, são centralizados e representados por empresas, sendo assim passíveis de serem classificados como títulos ou valores mobiliários.
Com isto as empresas do mercado tradicional voltaram sua atenção ao Bitcoin uma vez que criou-se uma brecha regulatória para o investimento com a criptomoeda, em contraposição ao receio de investimentos com demais criptoativos uma vez que as empresas poderiam ser processadas, assim como aconteceu com a Ripple, Gemini, Tron, Coinbase, Paxos e Binance, entre tantas outras.