O governo da Venezuela deu um novo passo para controlar as operações com criptomoedas no país. A Superintendência Nacional de Criptoativos e Atividades Conexas (Sunacrip) anunciou a paralisação de todas as atividades de mineração e intercâmbio de criptomoedas por um período de seis meses.
De acordo com a Sunacrip, essa paralisação é necessária para “atualizar, adequar e otimizar as plataformas e sistemas tecnológicos para a emissão, comercialização e uso de criptomoedas, bem como para a mineração de criptomoedas e outros instrumentos econômicos digitais”.
A medida foi recebida com críticas por parte da comunidade cripto venezuelana, que vê na decisão mais uma forma do governo controlar o setor. Para eles, a paralisação pode prejudicar ainda mais a economia do país, que já sofre com uma crise financeira e hiperinflação.
A paralização vai afetar mais de 15 fazendas de Bitcoin no país, entre outras operações e ocorre depois da suposta prisão de Joselit Ramírez, ex-chefe da Superintendência Nacional de Criptoativos e Atividades Relacionadas (Sunacrip).
Ele foi preso acusado de corrupção e de integrar uma quadrilha internacional com atuação na Venezuela.
Crise do Bitcoin na Venezuela
A Venezuela tem sido um dos países mais receptivos às criptomoedas, especialmente o Bitcoin, que é amplamente usado como meio de troca devido à desvalorização da moeda local, o bolívar. Porém, o governo tem tentado controlar cada vez mais as operações com criptomoedas no país.
A Sunacrip tem exigido que todas as empresas e indivíduos que desejam operar com criptomoedas no país se registrem e cumpram diversas regulamentações, incluindo a obrigação de reportar todas as transações realizadas em criptomoedas.
Além disso, o governo venezuelano lançou recentemente sua própria criptomoeda, o Petro, que é supostamente apoiado pelas reservas de petróleo do país. Porém, a moeda enfrenta críticas por sua falta de transparência e pela possibilidade de ser usada para contornar sanções internacionais.