O ano de 2021 teve início de forma muito promissora para o mercado criptográfico.
Após romper em meados de dezembro de 2020 o duradouro topo histórico registrado lá em dezembro de 2017, o Bitcoin veio embalado e adentrou 2021 numa forte tendência de alta.
Além disso, o mercado institucional estava entrando em peso e estava ajudando o mercado de varejo a elevar o preço dos criptoativos.
E assim, na euforia e aos trancos e barrancos o ano de 2021 trouxe uma forte adesão geral aos diferentes segmentos do mercado cripto.
Também trouxe bastante lucro para os que chegaram mais cedo, e esperança (ou desespero) para os que chegaram atrasados e terminarão o ano no prejuízo.
Tchau topos históricos
Muitos protocolos cripto mais antigos tiveram a oportunidade de quebrar seu topo histórico em 2021.
Os protocolos “mais jovens”, que não passaram pela “bull run” de 2017 tiveram vida mais fácil neste quesito, e o caminho para novos topos históricos foi mais curto.
Dentre os principais e mais antigos protocolos de criptoativos que quebraram seus topos históricos em 2021 vale citar as criptomoedas ETH, ADA, DOGE e claro o Bitcoin.
Outros criptoativos até chegaram perto, mas decepcionaram.
São os casos do LTC, XRM, XRP, IOTA, TRX, entre tantos outros.
Já os protocolos mais recentes traziam topos menores, pois não viveram aquela alta insana de 2017.
E assim deixaram fácil seus topos históricos para traz.
Como exemplo temos a DOT, MANA, XTZ, LUNA, AVAX, MATIC, e UNI, dentre tantas outras.
Falando especificamente sobre o Bitcoin, o topo do início de janeiro acima dos US$ 40.000 dólares já mostrava que 2021 seria promissor.
Depois dele foram marcantes os diversos topos registrados entre fevereiro e maio acima dos US$ 50.000 e dos US$ 60.000 dólares.
Por fim, em outubro o Bitcoin atingiu os US$ 67.000 dólares, e em novembro deixou seu último registro do ano no topo marcado nos US$ 69.000 dólares.
Sim, o número é lindo, mas os maximalistas do Bitcoin terminam o ano um pouco decepcionados, uma vez que esperavam o Bitcoin tocar os US$ 100.000 dólares.
Pelo contrário, o Bitcoin sequer deverá fechar o ano acima dos US$ 50.000 dólares.
Os caras de olhos puxados
Certamente os maiores influenciadores do mercado cripto em 2021 foram o Elon Musk e a China.
Se você já reparou em Elon Musk, o CEO da Tesla, notou que ele tem os olhos puxados.
Musk ficou brincando de puxar o mercado cripto para cima e para baixo apenas usando poucas palavras no Twitter.
Musk levou o preço da criptomoeda DOGE para a lua prometendo levar a moeda meme do cachorrinho para lá de verdade.
Mas termina o ano dizendo que a criptomoeda do cachorrinho meme não deverá ficar bem por lá.
Também passou a aceitar vendas na Tesla com Bitcoin, mas depois disse que o sistema de mineração (prova de trabalho) polui o planeta, dando assim uma rasteira no Bitcoin, jogando seu preço lá para baixo.
Mais ou menos no mesmo período a galera dos olhinhos puxados lá na China resolveu banir a mineração do Bitcoin no país.
O mundo agradece, China, mas quem não curtiu muito foram os mineradores que tiveram que vazar de lá.
Para tanto tiveram que despejar BTCs no mercado e jogaram o preço da criptomoeda e do mercado todo lá para baixo.
Atualmente está tudo bem, os Estados Unidos, Cazaquistão, e Rússia agradecem, e o mercado cripto também.
Esperamos que a China continue assim em 2022.
Já Elon Musk, esperamos que perca a sua conta do Twitter, já que só de postar a foto de um Shiba Inu vestido de Papai Noel fez o Token HoHoHo pular +6.000%.
Ou será que seria melhor desejar maturidade ao mercado cripto?
DeFi e NFTs não são só um hype
O mercado das finanças descentralizadas (DeFi) e dos tokens não fungíveis (NFTs) mostraram em 2021 não serem um mero hype de momento.
Após crescer vertiginosamente a partir de meados de 2020, o segmento DeFi foi abraçado pelos grandes investidores e instituições.
Isso inclusive levou a Europa a assumir a liderança mundial de investimentos criptográficos em 2021 (obviamente ajudado pela China que baniu os criptoativos e a mineração do país).
E por causa disso, o viés veio em tons de grandes prejuízos.
Muitos protocolos DeFi surgiram sem os devidos cuidados em segurança, e o ano foi marcado por uma enxurrada de ataques hackers que buscaram por falhas nos empréstimos sem garantia (flash loans), ou de exploração de falhas nos contratos inteligentes (exploit).
Já o mercado de NFTs explodiu de vez, no bom sentido.
Agora qualquer figurinha em baixa resolução de um punk ou de um macaco, entre outros (que convenhamos não servem para nada) valem centenas de milhares de dólares.
Mas como os NFTs não são apenas isso, o mundo do entretenimento viu artistas lançarem projetos interessantes em NFT, viram obras de arte serem leiloadas em NFT; e viram o mundo dos esportes, dos games e do metaverso inserirem NFTs em seu mercado de consumo.
Apenas para contextualizar a importância dos NFTs, esta foi considerada a palavra mais acessada em procuras em dicionários on line e no próprio Google neste ano de 2021.
Metaverso, tokens de fãs e tokenização de ativos
Como o objetivo desta reportagem não é ficar explicando as coisas, apenas cabe a nós citar que o metaverso, os tokens de fãs e a tokenização de ativos ganharam seu espaço no mercado criptográfico em 2021.
O metaverso nem se fala.
Famigerado na década passada, o metaverso está com tudo agora uma vez que o mundo nunca foi tão digital e dependente das redes sociais e entretenimento digital como agora.
Não foi à toa que uma das maiores empresas do mundo, o Facebook, hoje se chama Meta.
Para quem acha que os criptoativos do mercado de metaverso já subiram demais é bom ficar atento em 2022, pois este mercado ainda promete muito.
Quanto aos tokens de fãs, uma enxurrada de esportes e times ou clubes estão vislumbrando este novo mercado.
Apenas no Brasil já temos o Santos, Corinthians, Flamengo, Atlético Mineiro, Chapecoense, São Paulo, Palmeiras, Vasco da Gama, Botafogo, entre tantos outros clubes trabalhando sobre este mercado.
E ele não está restrito apenas ao futebol.
O basquete, o futebol amerciano, a Fórmula 1, o Baseball, entre tantos outros clubes nos mais variados esportes estão de olho neste mercado que promete maior envolvimento dos torcedores com seus clubes do coração.
Por fim, a tokenização de ativos é a parte mais nobre de tudo isso.
É onde a revolução via tecnologia blockchain se mostrará tão evolutiva, principalmente quando bens e direitos forem transformados em tokens digitais.
El Salvador
O pequeno país El Salvador merece um capítulo à parte nesta retrospectiva.
Logo que anunciou que tornaria o Bitcoin uma moeda de curso Legal no país, em maio de 2021, o Bitcoin tomou uma paulada e caiu horrores.
Praticamente 3 meses depois, em setembro, aprovou a Lei Bitcoin e comprou seus primeiros Bitcoins.
Mas viu a criptomoeda tomar outra pancada e mesmo assim o país se manteve firme e forte.
Resiliente sob os entusiasmados olhos do presidente Nayib Bukele, o país enfrentou o FMI e os adversários políticos.
Instalou uma carteira de criptomoedas, a Chivo, e instituiu à população que quem quisesse usar Bitcoin ou Dólar americano que escolhesse o que achasse melhor.
E passou a minerar Bitcoins usando energia limpa de um vulcão.
El Salvador já possui até um projeto de construir a cidade do Bitcoin, e está investindo no país com os lucros obtidos com a criptomoeda.
Por fim, vai terminar o ano com 1.241 Bitcoins em caixa, como reserva de valor no país.
Adesão
Indubitavelmente 2021 foi o ano que trouxe a maior adesão ao mercado cripto na história.
Agora o mercado institucional e corporativo está de olho nos criptoativos e blockchain, e suas diversas vertentes.
E o mercado de varejo continua crescendo, sendo suportado pelas novas gerações.
As grandes redes de pagamento trouxeram as criptomoedas para suas plataformas.
Grandes empresas dos mais diversos segmentos passaram a aceitar criptomoedas como forma de pagamneto.
Grandes instituições financeiras e até Bancos privados estão fuçando em blockchain ou nos criptoativos, em geral.
O mundo dos games, assim como empresas de diversos ramos, como o mercado de entretenimento em geral, está abraçando os NFTs e os tokens de reconpensas em jogos, no novo segmento “play to earn” (P2E).
Enfim, quem não entrar neste mundo de moedas digitais e tecnologia blockchain ficará para traz.
Regulamentação
Este capítulo da retrospectiva 2021 é tão importante quanto discutível.
Para aqueles que são contra a regulamentação do mercado cripto cabe dizer que estes não entendem nada sobre o mundo.
Tudo que cresce e se desenvolve no mundo se torna passível de regulamentação.
Óbvio, o Governo quer sempre abocanhar a parte dele.
O fato é que o mercado cripto apenas vai crescer de verdade tendo por trás o mercado institucional.
O mercado cripto precisa da adesão e confiança deste segmento.
E o nome confiança vem atrelado ao fidúcio.
Pode berrar e espernear, mas nenhum grande investidor ou empresa, seja ela privada ou estatal, vai se dar ao luxo de ter um Governo opressor no pé.
E é aí que a regulamentação sai de vilã para mocinha (como é difícil escrever neste mundo atordoante dos gêneros).
Mas sem nos aprofundarmos mais no assunto, cabe aos simpatizantes do mercado cripto entenderem que a maioria dos protocolos criptográficos são centralizados.
A maioria dos protocolos de finanças descentralizadas são centralizadas.
Até protocolo que se diz descentralizado é centralizado, não é mesmo, Vitalik Buterin?
Se serve de consolo, o Bitcoin mantém e sempre manterá o seu protocolo descentralizado.
E que agora chore e esperneie o Estado, que nunca vai controlar o Bitcoin.
Fundos Negociados em Bolsa de Valores em criptomoedas
Até que enfim os ETFs, ETPs, ETNs, e mais uma “sopa de letrinhas” de investimentos surgiram mundo a fora.
Canadá, Brasil, Argentina, a Europa em Geral, Ásia, entre tantas outras localidades viram suas Bolsas de Valores receberem produtos de investimentos lastreados em criptomoedas.
Quem está “marcando”, como sempre, são os Estados Unidos.
Apesar da SEC e de seu presidente, o “Senhor Montgomery Gary Gensler Burns” ficarem proibindo ETFs no país, algumas empresas conseguiram lançar ETFs em futuros de Bitcoin agora em 2021.
Apesar disto, nos Estados Unidos em 2022 o caminho dos ETFs lastreados no mercado spot de uma criptomoeda será longo e árduo.
E o Canadá, principalmente, além de outros países, agradecem.
Conclusão
Obviamente muita coisa aconteceu no mercado cripto em 2021.
E nem tudo pode ser citado aqui.
Faltou falar sobre a Shiba Inu e outros criptolixos.
Faltou falar da ascenção de exchanges como a Binance, Coinbase, FTX, Kraken e Crypto.com.
Faltou falar sobre a perseguição regulamentar à Binance e sua redenção à regulamentação e centralização.
Sobre a possível carta de auforria do Projeto Diem, do Facebook.
Faltou até falar sobre a XRP que continua sob a mira da SEC norte americana.
Ou da comprovação através de extratos bancários de que stablecoin é lastreada em tudo, menos em dinheiro FIAT como prometem seus White Papers.
Faltou falar sobre bear market. Será que virá em 2022?
Ou sobre o Samy Dana que se converteu ao Bitcoin (por que eu lembrei disso?).
E sobre a altseason que tivemos este ano, ou a ADA ter virado uma stablecoin assumindo o lugar que até então era da NANO (brincadeiras à parte).
Por fim, vale até citar a Litecoin, a prata do mercado cripto que está saindo do top 20 de capitalização do mercado pela primeira vez na história, perdendo espaço para protocolos de tudo quanto é lugar e fundamento.
Mas sim, tudo isto aconteceu, e muito mais.
E apenas deixa o gostinho de que 2022 será insano, assim como é este mercado.
Buenas, e assim nos despedimos de 2021 desejando um feliz ano novo a todos, e que em 2022 venham os US$ 100 mil dólares ao Bitcoin.
Já imaginou virar o ano de 2022 para 2023 na lua?
Tudo é possível!
E que venha 2022!