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Bitcoin: 14 anos do bloco Gênesis

Por Jorge Siufi
Foto: Unsplash

Há 14 anos teve início a mineração do bloco Gênesis, o qual daria origem aos 50 primeiros Bitcoins (BTCs).

Às 15h15 (UTC) do dia 03 de janeiro de 2009 o bloco Gênesis começou a ser minerado pelo criador da criptomoeda, que usa o pseudônimo Satoshi Nakamoto.

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Neste dia iniciava-se o sistema de pagamento via ponto-a-ponto (P2P) chamado Bitcoin, e desde então foram cunhados os termos ativos digitais, e posteriormente os termos criptomoedas e criptoativos.

Além disso, começou a despontar para o mundo uma tecnologia praticamente esquecida e que hoje é a base a quarta revolução industrial; o cerne do Big Data que vem aprimorando a possibilidade de armazenamento rápido e volumoso de informações em blocos em cadeia, a blockchain.

Mais que tudo isso, hoje o Bitcoin e a tecnologia blockchain constituem o modelo financeiro das próximas gerações, e que pragmatizam um novo modelo de dinheiro e economia.

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História

No dia 31 de outubro de 2008 foi publicado por Satoshi Nakamoto o White Paper do protocolo Bitcoin.

O bloco Gênesis, ou bloco #0, não seguiu o padrão conhecido atualmente de mineração e conclusão a cada 10 minutos; pelo contrário, levou seis dias para ser concluído.

Fonte

Mas apenas a mineração do bloco Gênesis e a produção das 50 primeiras criptomoedas não era o suficiente para mostrar que o sistema de pagamentos Bitcoin era funcional.

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Precisava que a primeira transação com Bitcoin fosse concluída com sucesso.

E isso ocorreu nove dias depois de concluído o bloco Gênesis.

Em 12 de janeiro de 2009 Satoshi Nakamoto enviou 10 Bitcoins para Hal Finney, um dos programadores e desenvolvedores da rede Bitcoin mais ilustres da história da criptomoeda.

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No bloco Gênesis, Satoshi Nakamoto grafou o que podemos chamar de “declaração de propósito”; uma mensagem criptografada no conteúdo do bloco.

A mensagem remete ao contexto de uma matéria publicada naquele dia (03 de janeiro de 2009) na revista The Times.

O título da matéria, “Chancellor on brink of second bailout for banks”, foi parar na descrição do Bloco Gênesis.

À época, em meio à grave recessão global causada pela bolha imobiliária nos Estados Unidos em 2008, os Governos não despenderam esforços para salvar os bancos privados.

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E foi então que o chanceler do Reino Unido, Alistair Darling, considerou fazer um segundo resgate monetário para os bancos do conjunto de países europeus.

O uso do título desta matéria grafada no bloco Gênesis mostrava o ideal do protocolo Bitcoin: a soberania financeira independente dos Bancos Centrais e da fidúcia à moeda FIAT.

O protocolo Bitcoin, com seu suprimento limitado e com inflação decrescente e programada, era o remédio para o câncer que é o sistema financeiro tradicional com a sua impressão inflacionária e ilimitada de dinheiro mediada pelo Sistema.

Também um protesto contra a intermediação terceirizada das instituições financeiras e seu abuso de poder sobre as finanças do povo.

Uma ideologia

De fato, a ideia descentralizadora e libertadora do protocolo Bitcoin não surgiu em 2008 com a publicação de seu White Paper.

Mas sim, nas décadas de 70 e 80 do século passado através dos movimentos anarcocapitalistas, que depois foram mediados e conduzidos pelos criptopunks ou cypherpunks, e seus primeiros código criptográficos.

E assim não podemos deixar de ressaltar a importância de outros nomes, além de Satoshi Nakamoto, para a conclusão dos ideais do protocolo Bitcoin.

Chuck Hammil, Timothy C. May, Eric Hughes, Peter Ludlow, Jacob Applebaum, David Chaum, Wey Dai,  Nick Szabo, Moni Naor, Adam Back, e Hal Finney, dentre tantos outros, ajudaram (de certa forma) e ainda ajudam a desenvolverem e evoluírem o sistema financeiro criptográfico e o principal protocolo de criptomoeda existente, o Bitcoin.

Principal, pois nenhuma das dezenas de milhares de protocolos cripto que surgiram após o Bitcoin conseguiram manter a sua principal característica: ser descentralizado.

E isso apenas é possível devido aos seus nós de rede espalhados pelo mundo; seu sistema de produção mediado por força computacional, a prova de trabalho (PoW); e sua relação de dificuldade de mineração, que juntas imprimem segurança e confiabilidade à rede Bitcoin.

E essas são as características que fundamentam o lastro do Bitcoin, um dinheiro sem confiança (não fiduciário), seguro, descentralizado, e de inflação ou impressão limitada.

Seu processo de impressão de moedas tem inflação controlada e decrescente a cada halving (que ocorre a cada 210.000 blocos minerados), e prazo para término estimado em 2146.

Na data de hoje, para aqueles que não enxergam o protocolo Bitcoin como apenas mais um tipo de investimento, e sim como um meio de extirpar das mãos dos parasitas governamentais o controle do dinheiro, uma frase sustenta o ideal do Bitcoin:

Somos todos Satoshi!

Parabéns Bitcoin; parabéns Bitcoiners!

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Redator da Revista Bitnotícias
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