A Threshold Network, em parceria com o protocolo de token cross-chain Wormhole, visa facilitar a transferência de uma representação tokenizada de bitcoin (BTC) para cerca de vinte ecossistemas de blockchain.
A proposta de integração do Wormhole, anunciada à comunidade Threshold em meados de abril, foi totalmente aprovada em 29 de abril, após uma votação de governança.
A iniciativa almeja tornar o bitcoin limiar (tBTC) o token representativo de bitcoin dominante nos ecossistemas DeFi on-chain. O tBTC, respaldado por Bitcoin, permite aos usuários acessar o ecossistema Ethereum e DeFi cross-chain, com cada token tBTC sendo totalmente respaldado por 1 bitcoin em reserva.
A integração com o Wormhole permitirá que o tBTC seja transferido para cadeias Ethereum Virtual Machine (EVM), como Arbitrum, Optimism e Polygon, e cadeias não EVM, como Solana, Aptos, Sui e Cosmos. Esse processo antes exigia que os usuários dependessem de pontes centralizadas, aumentando os riscos para os detentores de tokens.
DeFi no Bitcoin
Robinson Burkey, principal colaborador do Wormhole, explica: “O Bitcoin embrulhado historicamente teve um problema de risco de centralização que impediu a adoção forte e segura do BTC no DeFi on-chain”.
O plano de bridge da Wormhole propõe um novo método para pontes de tokens ERC-20, permitindo a implantação eficiente de capital para sidechains Ethereum.
No novo sistema, o tBTC será cunhado no Ethereum e um token canônico será implantado para cada nova cadeia, mantendo intacto o suprimento de tBTC e contendo o risco nos ecossistemas locais. Isso possibilitará a migração de até 26.000 BTC de depósitos, além de permitir que os provedores de liquidez semeiem liquidez tBTC em ecossistemas importantes.
A Threshold Network surgiu de uma fusão entre os protocolos de código aberto da NuCypher e da Keep Network, e lançou uma nova versão do tBTC, uma abordagem mais descentralizada para conectar o bitcoin do blockchain original ao Ethereum.
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O sistema divide as operações em duas partes: cunhadores e guardiões. Os guardiões, detentores do token Threshold, controlam uma série de carteiras bitcoin que podem ser usadas para cunhar tBTC no Ethereum.
“Bitcoin é o ativo digital mais puro e, se você deseja transformar seu bitcoin em um ativo produtivo com rendimento, não precisa enviá-lo para um provedor de liquidez opaco”, disse MacLane Wilkison, CEO da NuCypher.
A próxima etapa para a Threshold é a implementação de uma stablecoin lastreada em bitcoin chamada thUSD. “Sem alternativas viáveis no mercado, não há tempo a perder para atender à demanda urgente por uma ponte descentralizada de Bitcoin para Ethereum”, concluiu Matt Luongo, fundador da Keep e colaborador da Threshold.