Empresa de consultoria usa blockchain para registrar recursos de indenizações do desastre de Mariana

  • Registro de indenizações em blockchain garante rastreabilidade e segurança nos recursos do caso Mariana
  • Empresa escolheu tecnologia da Hathor por ser robusta, de baixo custo e fácil implementação
  • Mais de R$ 1 bilhão em indenizações dependem da fase recursal analisada pela consultoria

A empresa de consultoria Kearney está empregando a blockchain brasileira Hathor para realizar o registro de recursos de pedidos de indenização ligados ao rompimento da barragem de Fundão, ocorrido em 2015, em Mariana (MG). De acordo com a empresa, a adoção da tecnologia busca assegurar que os registros sejam seguros, rastreáveis e imutáveis.

Conforme noticiou o Valor, desde 2021, a Kearney atua como perita independente na análise dos recursos de indenizações. A empresa é responsável por auditar o processo conduzido pela Fundação Renova, criada em 2016 com a finalidade de gerir as ações de reparação.

Registros em blockchain

A decisão de registrar os recursos em blockchain surgiu após o acordo firmado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que extinguiu a Renova e destinou R$ 100 bilhões para ações reparatórias.

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O acordo estipulou um prazo de 180 dias para repactuação dos casos em fase de recurso. Além disso, determinou a suspensão, por 90 dias, do sistema Novel, utilizado pela mineradora Samarco.

Precisávamos de uma ferramenta de isonomia que pudesse ser implementada rapidamente“, explicou Camilla Irion, associada nas áreas de digital e analítica da Kearney.

Camilla destacou que, dos 85 mil processos recebidos, ainda restavam 26 mil para análise no momento da repactuação. Como o sistema original estava indisponível, foi necessário registrar o andamento das análises em formato seguro e acessível. Mas isso deveria ocorrer sem a interrupção do processo.

Queríamos garantir transparência para a Renova e manter o controle sobre o prazo dos 180 dias”, completou.

Por questões de privacidade, a empresa são registrou na blockchain os documentos dos atingidos. Em vez disso, registrou apenas os seus respectivos hashes — códigos únicos que funcionam como impressões digitais dos arquivos. Com esses registros, tanto os atingidos quanto os auditores podem acompanhar o andamento dos processos. Ambas as partes conseguem consultar os documentos quando necessário.

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Conforme destacou Flavia Ribeiro, diretora da Kearney, a fase recursal é crucial: mais de R$ 1 bilhão em indenizações dependem dela.

“A matriz de danos é complexa, com muitas variáveis. Fizemos extração de imagens e lidamos com um grande volume documental”, afirmou.

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Clara Ventura é uma jornalista com quatro anos de experiência em cobertura de Bitcoin, criptomoedas, tecnologia blockchain e Web3. Graduada em Jornalismo e com pós-graduação em Jornalismo Digital, Clara combina sua paixão pelo mundo das criptomoedas com habilidades jornalísticas para produzir reportagens relevantes para um público amplo e diversificado.
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