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Token re-fungível (RFT)

Por Jorge Siufi
Foto: Yayimages

O conjunto dos criptoativos engloba uma variada classe de ativos digitais que possuem certas definições específicas.

Existem as criptomoedas (como o Bitcoin e Ether), as stablecoins (como USDT e BUSD), e todos os demais tokens fungíveis (como o LINK e WBTC) e não fungíveis (NFTs, como a classe ERC-721).

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Se segmentadas as classes dos tokens fungíveis e não fungíveis cada classe de tokens possui suas finalidades, como tokens de carbono, de games, de metaverso, de gerenciamento de DAO, ativos tokenizados, entre outros.

Tokens fungíveis

O ecossistema de ativos criptográficos possui mais de 22.400 tokens classificados como fungíveis.

Entretanto este número é subestimado porque existem regras para a listagem de criptoativos em agregadores de dados.

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Os bens fungíveis são aqueles que possuem a propriedade de ser substituído por outro da mesma espécie, qualidade e quantidade.

No caso do criptoativo fungível, esta propriedade permite que este bem seja transacionado sem que o ativo perca valor perante a outro ativo igual a ele, teoricamente.

Um exemplo básico, uma nota de R$ 10 em uma região do Brasil vale os mesmos ‘dez reais’ que uma outra nota de R$ 10 em outra região.

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Assim como um Bitcoin é igual a um Bitcoin em qualquer parte do mundo.

Tokens não-fungíveis

Por outro lado, existem bens que são infungíveis ou não-fungíveis.

São aqueles que não podem ser substituídos por outros da mesma espécie, quantidade e qualidade.

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Tais bens não possuem a propriedade de substituição e divisão por serem considerados, em seu todo, um bem individual.

No ecossistema criptográfico este tipo de ativo é denominado token não-fungível (NFT).

Os NFTs constituem um mercado extremamente amplo dentro do ecossistema cripto, possuindo diversas finalidades e características que são definidas em seus contratos inteligentes.

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A propriedade de não ser fungível eleva a significância deste criptoativo por não possuir um par ou conjunto igual a ele.

Se este token terá valor ou não, isto será relativo à sua função, especificidade, características de raridade, entre outras características do mercado em si.

A discussão sobre ter valor ou não pode ser relativo a cada investidor.

Entretanto, com a possibilidade dos NFTs possuírem alto valor a sua propriedade não-fungível trouxe desafios e ideias ao mercado.

Uma delas foi a de dar a possibilidade de um criptoativo não-fungível se tornar fungível.

E assim surgiram os tokens re-fungíveis (RFTs).

A origem

Os RFTs foram inicialmente propostos em 2018, dentro da rede Ethereum.

Quatro desenvolvedores propuseram criar uma espécie de token ERC-20 como uma extensão de um token ERC-721.

ERC (Pedido de Comentário Ethereum, traduzido ao pé da letra) é o modelo de implementações de upgrades dentro da rede Ethereum.

A extensão ERC-20 é o formato do tokens básicos da rede Ethereum, que foram propostos através da Ethereum Improvement Proposal de número 20 (EIP-20), em novembro de 2015.

A extensão ERC-721 é o formato do token não-fungível básico da rede Ethereum, que foi proposto através da EIP-721 em janeiro de 2018.

Também existe o formato ERC-1155 (EIP-1155, de junho de 2018) ao qual geri múltiplos tipos de tokens, podendo em seu contrato inteligente mesclar tokens fungíveis, não-fungíveis, e tokens semifungíveis.

Há um conjunto de ligações entre ERCs, processos e camadas dentro da rede Ethereum que permitem que contratos inteligentes sejam construídos de forma a abrangerem o maior número possível de utilidades.

Apenas para se ter uma ideia, abaixo segue um esquema global da rede Ethereum.

Fonte: Ethereum

Partindo destes conceitos surgiu-se a ideia de criar um token fungível que, quando atrelado a um token ERC-721, mantinha a característica imutável de seu contrato inteligente de token não-fungível.

Assim o NFT passaria a ter a propriedade de ser fragmentado e/ou comercializado de forma fungível.

É como se este novo token dividisse em partes iguais um token não-fungível, formando uma espécie de sociedade que conjuga a propriedade de um ativo único a seus portadores.

Foi com este ideal que os desenvolvedores Billy Rennekamp, Dan Long, Kiryl Yermakou, e Nate van der Ende propuseram a EIP-1633.

Token Re-fungível (RFT)

Um RFT é uma extensão ERC-1633 que estende a usabilidade do token ERC-20 para representar a propriedade compartilhada de um NFT (ERC-721).

Para tanto, a rede Ethereum usa o ERC-1633 como uma interface de detecção básica que modifica minimamente um token ERC-20.

Isso atribui a propriedade de ser operado em todas as formas e locais familiares aos ativos que seguem a especificação original do ERC-20.

A inclusão do ERC-1633 permite verificar, a partir do nível do contrato ou de uma consulta externa, se um token não-fungível é de propriedade do token ERC-20 que representa a propriedade compartilhada.

Assim, os NFTs ganharam uma espécie de flexibilidade ao proverem propriedade compartilhada através de um token ERC-1633.

Quando criado, o ERC-1633 visava principalmente a propriedade coletiva de obras de arte físicas, digitais e conceituais.

Com os RFTs, os investidores poderão identificar facilmente quando um NFT é de propriedade coletiva.

E a principal motivação, como já citada, é a descoberta de preço do ativo subjacente provendo liquidez para proprietários compartilhados.

Mas também se tornar uma nova classe de ativo para ser usada como garantia para empréstimos ou outros instrumentos financeiros.

RFT na rede Polkadot

A Unique Network (UNQ) é uma parachain desenvolvida dentro da rede Polkadot.

O seu projeto inicial visou fragmentar NFTs colecionáveis.

Os desenvolvedores explicaram que a blockchain foi construída para flexibilizar o poder da tecnologia de código aberto, não guardá-la.

Assim, questionam o porquê dos NFTs estarem confinados a um único modelo de propriedade ou blockchain.

Em um de seus primeiros projetos a Unique transformou um colecionável CryptoPunk em RFT.

De acordo com os desenvolvedores o projeto visou demonstrar ‘o poder da tecnologia RFT através da destruição do CryptoPunk #3042’.

Foto: CryptoPunk #3042

O NFT do Cryptopunk foi fracionado em milhares de RFTs e comercializados pela Unique.

O NFT original fica armazenado em carteira da Unique, e os RFTs podem ser armazenados em carteiras como o Polkadot.js e Metamask.

Usabilidade

Uma das usabilidades para os RFTs é o de fragmentar NFTs considerados como sendo ‘premium’, provendo-lhe uma fungibilidade que pode ser compartilhada entre usuários.

Entretanto, o mercado dos NFTs não é constituído apenas de itens colecionáveis, e assim, a usabilidade dos RFTs deverá se expandir à medida que surjam necessidades específicas.

Os usuários poderão compartilhar propriedades no metaverso, assim como também domínios de internet e outros ativos digitais.

Mas também abranger o mercado de ativos tradicional e de posse pessoal.

Os NFTs estão cada vez mais sendo usados no mercado tradicional de bens e ativos.

Por exemplo, safras de plantio, lotes de minérios, lotes de petróleo e óleo já são comercializados via NFTs, e os RFTs serão úteis aos pequenos consumidores.

No mais, colecionadores de obras de arte tradicionais transformadas em NFTs poderão compartilhar suas peças em RFTs.

Por fim, poderão ser implementados em processos legais de herança em escrituras digitais de posses e imóveis, entre outras funcionalidades.

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Redator da Revista Bitnotícias
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