- Bancos e gestoras impulsionam a expansão da Web3 no Brasil
- Regulação sólida coloca o Brasil na liderança latino-americana
- Inovação e confiança tornam o país referência global em blockchain
O ecossistema Web3 brasileiro vive uma fase de forte expansão, impulsionada por novos investimentos e pela consolidação de projetos ligados a blockchain, DeFi, NFTs e infraestrutura descentralizada. A chegada de capital estrangeiro, o amadurecimento das startups do setor e o apoio de grandes instituições financeiras fortalecem o ambiente de inovação no país.
O Brasil se destaca por possuir um dos sistemas financeiros mais digitalizados do mundo, com tecnologias como o real digital, o Open Banking e o projeto do Real Digital, que criaram a base para o avanço da tokenização de ativos reais e da identidade digital descentralizada. Porém, essa estrutura coloca o país à frente da maioria das nações emergentes e o transforma em referência global na economia Web3.
O mercado global de criptomoedas vive forte volatilidade, refletindo a combinação entre apetite e cautela dos investidores diante das oscilações intensas de preço. Porém, essa dinâmica tem testado a resiliência dos projetos e redefinido as estratégias de longo prazo no universo digital.
Fundos e instituições impulsionam a próxima fase da Web3
A valorização das principais criptomoedas acompanha o avanço da adoção institucional no país. Gestoras e bancos nacionais estão lançando fundos dedicados à Web3, captando centenas de milhões de reais para impulsionar projetos de blockchain, tokenização e identidade digital descentralizada.
Entre as gestoras de destaque, a Hashdex lidera fundos cripto regulados, enquanto o Mercado Bitcoin supera 1,8 milhão de clientes e US$ 11 bilhões. Ambas ajudaram a criar o caminho institucional para a expansão da Web3 no Brasil.
Os bancos tradicionais também entram de vez nesse ecossistema. O BTG Pactual, com a plataforma Mynt, oferece compra, venda e custódia de criptoativos. O Itaú iniciou custódia cripto institucional, enquanto Bradesco e Santander testam pagamentos com stablecoins e exploram contratos inteligentes em crédito e seguros. Além disso, essas iniciativas demonstram como o sistema bancário brasileiro está integrando a Web3 ao mercado tradicional.
Esse movimento reforça a percepção de que a Web3 deixou de ser uma promessa para se tornar parte essencial da nova economia digital, com o Brasil assumindo papel de destaque na adoção regulada e responsável de tecnologias descentralizadas.
Regulação e perspectivas para os próximos meses
Apesar do avanço, o setor enfrenta desafios estruturais. A regulação brasileira sobre ativos digitais ainda está em evolução e hoje se apoia no Marco Legal dos Ativos Virtuais (Lei 14.478/22), que definiu regras para as prestadoras de serviços de ativos virtuais (PSAVs).
No Congresso, estão em análise novos projetos de lei que complementam essa estrutura:
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O PL 3.706/2021 propõe segregação patrimonial nas exchanges, protegendo os ativos dos clientes.
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O PL 4.308/2024 trata da regulamentação das stablecoins, com foco em transparência e lastro.
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O PL 311/2025 aborda o direito à autocustódia de ativos digitais, permitindo que o investidor mantenha suas chaves privadas sob controle próprio.
O Banco Central também avança em diretrizes para o setor, exigindo que empresas mantenham capital social mínimo de US$ 15 milhões, sigam auditorias periódicas e operem com sede física no Brasil, fortalecendo a segurança e a credibilidade do mercado.
Ainda mais, essas medidas fazem do Brasil um dos mercados mais seguros e regulados para criptoativos, atraindo gestoras globais e startups em busca de estabilidade.