O protocolo Uniswap lançou o rascunho do código de sua versão 4 (v4), dois anos após lançar a plataforma v3 que revolucionou o mercado de finanças descentralizadas (DeFi) com suas pools de liquidez concentradas.
Atualmente a Uniswap é a maior plataforma em volume de negociações, que já ultrapassou os US$ 1,5 trilhão, e a quinta maior em valor total em garantia (TVL), com cerca de US$ 3,88 bilhões.
A empresa lança seu rascunho de código para que a v4 possa ser ‘construída em público’ e ter apoio da comunidade com feedback aberto.
A Uniswap Labs disponibilizou o whitepaper da v4 e deixou um link para contribuições públicas de desenvolvedores.
Uniswap v4
A Uniswap Labs disse em seu blog que ‘à medida que a tecnologia e os mercados evoluem, o Protocolo Uniswap também deve evoluir’. Assim, estava ‘entusiasmada’ em apresentar a nova versão 4 do protocolo que ‘abrirá um mundo de possibilidades para a forma como a liquidez é criada e como os tokens são negociados onchain’.
A Uniswap v4 vai permitir que qualquer usuário tome ‘decisões de troca através da introdução de hooks’.
De acordo com a empresa, os Hooks ‘são contratos que são executados em vários pontos do ciclo de vida de uma ação da pool’. Com a v4 as pools poderão fazer os mesmos tradeoffs da v3, ou poderão adicionar novas funcionalidades.
Como exemplo a empresa citou a inclusão de ordens de limite onchain ou atuem como um ‘criador de mercado médio ponderado pelo tempo’ (TWAMM), o que permitirá a distribuição de grandes ordens ao longo do tempo.
Também traz o novo contrato ‘singleton’, o que permitirá que todas as pools residam em um único contrato inteligente.
Ciclo de vida da pool
Por definição protocolar, cada pool da versão 3 (v3) da Uniswap possui um ciclo de vida onde a liquidez é adicionada, removida ou reajustada, e ocorrem as trocas dos tokens.
Na v4 o usuário poderá criar liquidez personalizável, onde o usuário poderá executar uma ação em diferentes pontos ao longo do ciclo de vida do pool, como por exemplo antes ou depois de uma troca, ou antes ou depois de uma posição de LP ser alterada.
Para isso a v4 traz os Hooks, ‘que são plugins para personalizar a forma como as pools, swaps, taxas e posições de liquidity pool (LP) interagem’.
A v4 implementará o TWAMM, ordens de limite onchain, taxas dinâmicas baseadas na volatilidade ou outras entradas, depósito de liquidez fora do intervalo em protocolos de empréstimo, oráculos onchain personalizados, taxas de LP autocompostas de volta para as posições de LP, e lucros internalizados do MEV que serão distribuídos de volta às LPs.
De acordo com a Uniswap Labs, ‘na verdade, o céu é o limite. Como cada pool agora é definido por mais do que apenas os tokens e o nível de taxa, veremos pools de todas as cores, formas e tamanhos’.
A empresa abriu o rascunho do código para que desenvolvedores e programadores possam ajudar a criar novas funcionalidades, às quais os desenvolvedores da Uniswap ‘ainda nem sequer pensaram’.
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Contrato Único (Singleton)
A Uniswap Labs criou a v4 de seu protocolo para otimizar alguns processos que foram implementados na v3, como a criação de um novo contrato para cada pool, tornando a criação de pools e a realização de trocas de vários pools mais caras.
Conforme consta no whitepaper, com a criação do modelo de singleton todas as pools poderão ser mantidas em um único contrato, proporcionando assim uma economia nas taxas de gás.
Isso será possível, pois ‘as trocas não precisarão mais transferir tokens entre pools mantidos em contratos diferentes’.
Nos primeiros ensaios realizados a Uniswap estimou economia de gás na criação de pools em cerca de 99%.
O singleton usa um novo sistema de ‘contabilidade flash’, que usa a tecnologia de ‘armazenamento transitório’, habilitado através da EIP-1153, implementada durante o hardfork Cancun da rede Ethereum.
por fim, conforme anúncio da Uniswap Labs, a v4 trará de volta o suporte para ETH nativo, o que proporcionará uma economia adicional de gás.
Assim como feito com a v3, o código v4 será lançado sob licença Business Source License 1.1, que limita a utilização do código fonte em uma ‘configuração comercial ou de produção’ de até quatro anos. Depois disto será convertido para uma licença GPL (licença pública geral).
