- Demanda negativa pressiona preço do Bitcoin que cai nesta semana
- Mineradores e LTHs vendem mais que o mercado absorve
- Traders apostam em queda com opções abaixo de US$ 106 mil
A cotação do Bitcoin (BTC) voltou a preocupar analistas nesta segunda-feira. Mesmo acima de US$ 107 mil, o maior criptoativo do mercado cai e enfrenta uma queda significativa na demanda aparente, o que pode levar a uma correção forte nos próximos dias.
De acordo com o relatório da CryptoQuant, o indicador Apparent Demand — que mede a diferença entre o Bitcoin recém-minerado e o movimento da oferta inativa — passou para o campo negativo. Isso mostra que a entrada de novos compradores não está acompanhando o aumento na oferta vindo de mineradores e investidores de longo prazo (LTHs).
“O fluxo de moedas no mercado, vindo de mineradores e vendas de LTHs, supera o volume comprado por novos investidores”, afirmou o analista Crazyblockk no relatório. Esse descompasso indica um alerta de pressão de venda crescente.
Bitcoin cai: empresas seguem comprando, mas efeito é limitado
A queda na demanda ocorre mesmo com o avanço das compras institucionais, lideradas pela Strategy, empresa de Michael Saylor. Na semana passada, a companhia adicionou 4.980 BTC ao seu tesouro, desembolsando US$ 531,9 milhões. Com isso, já soma 597.325 BTC em seu balanço.
Outras 130 empresas públicas também vêm aderindo à estratégia de manter a criptomoeda como reserva, entre elas Metaplanet, GameStop e Galaxy Digital. Contudo, a maioria dessas aquisições foi realizada via trocas em ações, o que reduz seu impacto direto no mercado.
Enquanto isso, os dados da plataforma Derive mostram cautela entre os traders. Cerca de 20% das opções abertas estão em puts com preços-alvo entre US$ 85 mil e US$ 106 mil. Esse movimento sinaliza que muitos estão se posicionando para uma possível queda no curto prazo.
ETFs seguram parte da pressão de venda
Apesar do enfraquecimento da demanda direta, os fundos de índice (ETFs) de Bitcoin continuam absorvendo parte da oferta. Na última semana, os ETFs captaram US$ 2,2 bilhões, elevando o total de entradas em 2025 para US$ 14,9 bilhões. Isso representa 83% de todo o capital novo alocado em produtos cripto neste ano, conforme dados da CoinShares.
Esse fluxo constante mostra que o interesse institucional ainda existe, mas não é suficiente para compensar a realização de lucros dos antigos detentores. Muitos analistas acreditam que os investidores de longo prazo enxergam o patamar atual como um topo local, preferindo vender antes de novas correções.
No momento, o Bitcoin segue em torno de US$ 107.500, mas o mercado caminha com sinais mistos. De um lado, compras robustas de grandes empresas e ETFs. Do outro, vendas consistentes de mineradores e investidores antigos e opções apontando para quedas próximas.
Se a demanda não reagir com força nos próximos dias, o cenário indica que o preço pode despencar, reacendendo o debate sobre uma possível correção mais acentuada no terceiro trimestre de 2025.