- Baleias vendem US$ 45 bilhões em Bitcoin e geram pânico no mercado.
- Analistas dividem opiniões entre nova queda ou retomada da alta.
- Mineradoras enfrentam crise e instituições continuam comprando BTC.
O mercado de criptomoedas voltou a entrar em alerta após uma série de movimentações bilionárias envolvendo baleias de Bitcoin (BTC). Dados recentes mostram que investidores de longo prazo venderam cerca de US$ 41,6 bilhões em BTC nas últimas semanas, o que gerou preocupações sobre uma possível fase de distribuição.
Atualmente, o Bitcoin é negociado a cerca de US$ 104.073, uma leve recuperação de 3% nas últimas 24 horas. Mesmo assim, o ativo ainda acumula queda superior a 20% em relação ao pico de outubro, quando ultrapassou US$ 126 mil. A perda de força aconteceu após o rompimento da marca simbólica dos US$ 100 mil. Isso acendeu alertas sobre o risco de uma correção mais profunda.
De acordo com o analista PeeCowYay, as carteiras antigas foram determinantes para a pressão de venda. Elas movimentaram mais de US$ 1 bilhão em Bitcoin. Ele destaca que esse tipo de movimentação costuma indicar uma mudança de ciclo. As chamadas “baleias” aproveitam o topo do mercado para realizar lucros e reposicionar suas carteiras.
Nas últimas 24 horas, as liquidações totais de mercado ultrapassaram US$ 1,3 bilhão, o que expôs a fragilidade das posições alavancadas. Ainda assim, o interesse institucional continua firme, mesmo diante do pessimismo generalizado entre pequenos investidores.
Baleias de Bitcoin vendem
O diretor de investimentos da Bitwise, Matt Hougan, afirmou que o cenário atual é “uma história de dois mercados”. Segundo ele, enquanto o varejo opera em modo de desespero máximo, os grandes fundos e consultores financeiros continuam enxergando oportunidade de compra. Para Hougan, o momento lembra os períodos que antecederam fortes recuperações anteriores.
Ele também acredita que o mercado ainda pode registrar novas máximas históricas antes do fim do ano. Isso ocorrerá caso a pressão de venda do varejo se dissipe e a demanda institucional permaneça sólida. Essa visão otimista, no entanto, não é unânime entre os analistas.
A 10X Research e o Sevens Report apontam para uma possível queda até a faixa entre US$ 70 mil e US$ 75 mil. Isto pode ocorrer caso o suporte atual em US$ 100 mil seja rompido. Já o veterano Peter Brandt vê 25% de probabilidade de o BTC retornar a esse nível. Isso representaria a maior correção desde meados de 2024.
Enquanto os investidores debatem o rumo do preço, o setor de mineração enfrenta um dos momentos mais difíceis desde abril. A queda de cerca de US$ 7 mil em poucos dias reduziu drasticamente a rentabilidade das operações. Isso levou mineradoras a vender US$ 172 milhões em BTC para cobrir custos.
Quem está comprando?
De acordo com estimativas da Digiconomist, o gasto com energia já consome entre 40% e 60% dos custos operacionais. Com o aumento da dificuldade da rede e taxas mais baixas, muitas empresas planejam desativar equipamentos ineficientes ou migrar para regiões com eletricidade mais barata. A tendência, dizem analistas, é de uma consolidação acelerada do setor se o cenário continuar.
Apesar da turbulência, o apetite das instituições não desapareceu. A Strategy Inc., uma das maiores compradoras corporativas de Bitcoin, anunciou recentemente a aquisição de US$ 45,6 milhões em BTC durante a volatilidade, demonstrando confiança no ativo.
