- Bitcoin se recupera 5,7% após a maior liquidação da história, chegando a US$ 116 mil.
- Ouro atinge recorde histórico de US$ 4.078 por onça, reforçando o “trade da desvalorização monetária”.
- Mercado avalia se o rali pode continuar ou se o bull market chegou ao fim.
O Bitcoin abriu a semana com uma forte recuperação, atingindo US$ 116 mil após o colapso que eliminou mais de US$ 20 bilhões em posições alavancadas.
A volatilidade disparou e, por isso, analistas veem a semana como um divisor de águas: ou o ativo rompe a barreira dos US$ 120 mil, ou confirma o início de um novo ciclo de baixa.
Mercado reage após a maior liquidação da história
Na sexta-feira, um anúncio tarifário da guerra comercial entre EUA e China provocou pânico generalizado. Consequentemente, o Bitcoin caiu para US$ 109,7 mil, marcando a maior liquidação de derivativos já registrada. Segundo a CoinGlass, mais de US$ 10 bilhões em posições de Bitcoin foram eliminados.
Além disso, o cofundador da Glassnode, Rafael Schultze-Kraft, destacou que:
“os níveis de alavancagem caíram aos patamares mais baixos desde 2022, o que mostra um reset completo do mercado”.
Entretanto, o mercado reagiu rapidamente. O total em capitalização das criptomoedas recuperou mais de meio bilhão de dólares no fim de semana. Para Adam Kobeissi, da The Kobeissi Letter, o movimento representou “um dos maiores e mais rápidos fluxos de riqueza da história cripto”.
Touro ou urso? Analistas se dividem
O cenário técnico segue incerto. O trader Roman alertou que uma quebra abaixo da linha de tendência de alta “confirmaria oficialmente uma nova tendência macro de baixa”. Portanto, ele prevê uma possível correção até US$ 108 mil.
Por outro lado, outros analistas mantêm o otimismo. O trader Skew destacou a entrada de grandes players após a recuperação para US$ 115 mil e apontou o nível de US$ 120 mil como “barreira decisiva” para os touros.
Enquanto isso, SuperBro, especialista em liquidez de mercado, identificou “pontos de liquidação concentrados entre US$ 123 mil e US$ 128 mil”, sugerindo que novas tentativas de alta podem encontrar resistência nessa faixa.
Fed, inflação e o “trade da desvalorização”
A semana também é crucial no cenário macroeconômico. Devido ao fechamento parcial do governo dos EUA, os dados de inflação serão adiados. Por isso, o foco se volta para o discurso de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, que falará sobre política monetária e perspectivas econômicas.
O mercado espera um corte de 0,25 ponto percentual na taxa de juros na reunião de 29 de outubro, segundo o CME FedWatch Tool. Além disso, a incerteza sobre o ritmo de flexibilização monetária reforça a busca por ativos de proteção, como ouro e Bitcoin.
O ouro atingiu nova máxima histórica de US$ 4.078 por onça, consolidando o chamado “debasement trade” — uma aposta contra a desvalorização das moedas fiduciárias.
“Assim como o ouro, o Bitcoin lidera a corrida por proteção diante da expansão monetária global”, analisou a Mosaic Asset Company.
Semana decisiva para o Bitcoin
Portanto, o Bitcoin entra em uma das semanas mais importantes de 2025.
Entre volatilidade crescente, incerteza macroeconômica e a força do “trade da desvalorização”, o mercado se prepara para um possível novo recorde — ou para o fim do atual ciclo de alta.
Além disso, cada movimento do BTC nas próximas horas poderá redefinir o humor do mercado e sinalizar se o bull market continuará ou se a armadilha se fechará.