Hashrate dispara e lucro some: mineração de Bitcoin entra no pior aperto da história

Hashrate dispara e lucro some: mineração de Bitcoin entra no pior aperto da história
  • Hashrate chega a 1,16 ZH/s em outubro e pressiona toda a indústria.
  • Hashprice cai abaixo de US$ 35/PH/s e estende payback dos rigs para mais de 1.200 dias.
  • Ações de mineradoras sobem após revisão positiva do JPMorgan e novos acordos de HPC.

A mineração de Bitcoin entrou em uma fase crítica. O hashrate recorde elevou a competição enquanto o preço do BTC recuou para a faixa de US$ 81 mil.

Por isso, a rentabilidade dos mineradores caiu ao menor nível já registrado, ampliando riscos e alongando o retorno dos equipamentos.

Hashrate recorde pressiona margens e alonga o retorno dos equipamentos

O setor de mineração vive um aperto severo. O hashrate global alcançou 1,16 ZH/s em outubro e aumentou a disputa por recompensas. Além disso, o hashprice caiu abaixo de US$ 35/PH/s.

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Esse nível fica bem distante da média de US$ 55/PH/s registrada no terceiro trimestre, quando o Bitcoin rondava US$ 110 mil.

Bitcoin Hashrate – Fonte: coinwarz

O relatório da Miner Mag mostrou que diversos operadores já trabalham próximos ao ponto de equilíbrio. Por isso, os rigs levarão mais de 1.200 dias para se pagar. O cenário piora com o avanço dos custos de financiamento. “A pressão sobre o fluxo de caixa cresce mês a mês”, informou o estudo.

Endividamento e diversificação aceleram

A alavancagem das mineradoras aumentou. Várias delas emitiram bonds conversíveis com cupons quase zero no último trimestre.

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Entretanto, mesmo com o movimento acelerado para HPC e serviços de IA, a receita adicional ainda é pequena. Portanto, o impacto real sobre o caixa continua limitado.

Mineradoras sobem após revisão do JPMorgan e acordos bilionários

Apesar da pressão operacional, o mercado reagiu de forma positiva. As dez maiores mineradoras listadas subiram no pregão recente. CleanSpark, Cipher Mining e IREN avançaram mais de dois dígitos após uma revisão de preço-alvo do JPMorgan.

O banco disse que a Cipher recuou cerca de 45% desde o topo. Por isso, enxerga um ponto de entrada mais favorável. Além disso, destacou que a empresa está “bem posicionada” para fechar novos contratos com clientes de HPC.

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Em novembro, a IREN assinou um acordo de cinco anos avaliado em US$ 9,7 bilhões com a Microsoft para fornecer infraestrutura de GPU. O contrato garante acesso aos chips Nvidia GB300 instalados nos data centers da empresa.

Entretanto, o banco reduziu as estimativas para a Marathon Digital e para a Riot. O motivo foi a combinação entre preço menor do BTC e maior emissão de ações, que dilui resultados.

O movimento positivo nas ações coincidiu com uma leve recuperação do Bitcoin. O ativo subiu cerca de 2% e voltou para a região de US$ 89 mil.

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Perspectivas para um setor sob pressão

A indústria de mineração atravessa um dos momentos mais desafiadores da década. O hashrate em alta, o hashprice em queda e o custo elevado do capital formam um ambiente de pressão permanente.

Entretanto, o avanço dos acordos de HPC e o interesse do mercado por infraestrutura de IA podem ajudar algumas empresas a resistir. O setor seguirá sensível ao preço do Bitcoin e às estratégias de diversificação dos maiores players.

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Adepto do DeFi e convertido à descentralização, deixei o sistema financeiro tradicional para viver a revolução cripto de dentro. Respirando blockchain, escrevendo sobre o que move o futuro — longe dos bancos, perto da liberdade.
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