- Baleias antigas movimentam bilhões e pressionam o preço do Bitcoin
- Analistas alertam para padrão de flâmula de baixa preocupante
- Mercado observa possível nova queda abaixo de US$ 100 mil
A recente movimentação de carteiras antigas está chamando a atenção no mercado. Depois de um começo de ano promissor, o Bitcoin passou a mostrar sinais claros de fraqueza. A valorização acumulada nos meses recentes perdeu fôlego, e analistas dizem que as baleias investidores que controlam grandes quantidades da moeda voltaram a agir de forma mais decisiva.
Dados de 2025 indicam que investidores de longo prazo começaram a mexer em saldos mantidos por muito tempo, movendo parte deles ou vendendo. Essa mudança reacendeu o temor de uma nova correção expressiva. Informações de Charles Edwards, da Capriole Investments, mostram que carteiras inativas há quase uma década voltaram à ativa. Segundo ele, mais de 1.000 BTC por hora estão sendo movimentados, com transações que passam de US$ 100 milhões a US$ 500 milhões.
Carteiras antigas voltam à vida
Edwards descreveu o fenômeno como “um dos períodos mais intensos de distribuição de moedas antigas na história do Bitcoin”. A moeda chegou a US$ 126.000 em outubro, mas já acumula uma queda de 19%. Para alguns analistas, trata-se apenas de uma correção natural após uma sequência histórica de ganhos. Outros, porém, veem o movimento como sinal de desmontagem estrutural, motivado pela realização de lucros de quem comprou o ativo há muitos anos.
Um episódio recente ilustra o momento. A Lookonchain identificou uma movimentação de 3.600 BTC, equivalente a US$ 372 milhões, feita por uma baleia apelidada de “Owen Gunden”. Além disso, a transação incluiu o envio de 500 BTC para a exchange Kraken, o que levantou suspeitas sobre uma possível venda direta no mercado.
Contudo, o analista Willy Woo acredita que parte dessas movimentações não está ligada à pressão de venda. Para ele, algumas transferências podem estar relacionadas a mudanças de custódia, atualizações do Taproot ou armazenamento institucional.
Bitcoin enfrenta cenário técnico delicado
Nos gráficos, a situação inspira cautela. O Bitcoin parece formar uma flâmula de baixa, padrão técnico que costuma anteceder novas quedas. Além disso, se o preço romper abaixo de US$ 100.650, analistas projetam recuo até a faixa de US$ 89.000 a US$ 90.000.
A única esperança de recuperação está na média móvel exponencial de 50 semanas, próxima de US$ 101.000. Se o ativo conseguir se manter acima desse nível, há chance de estabilização.
Por enquanto, o clima no mercado é de alerta e expectativa. A movimentação das baleias reacendeu o debate sobre o verdadeiro valor do Bitcoin e sobre o quanto do otimismo recente ainda pode resistir à pressão das vendas.
