Por que o preço do Bitcoin está estagnado e não sobe mais?

Os touros do Bitcoin tremem Uma nova queda à vista
  • Baleias vendem 116 mil BTC e travam nova alta para o preço do Bitcoin.
  • ETFs reduzem fluxo e Bitcoin segue lateralizado no mercado.
  • Altcoins ganham espaço enquanto BTC perde dominância global.

O preço do Bitcoin entrou em uma fase de aparente estagnação, mesmo após semanas de grande movimentação no mercado de criptomoedas. Nas últimas sessões, a moeda mais valiosa do setor ficou presa entre US$ 115.000 e US$ 125.000, sem conseguir romper essa faixa e avançar para novos patamares.

Esse comportamento, que muitos chamam de “lateralização”, tem explicações claras e envolve tanto fatores técnicos quanto decisões estratégicas de grandes investidores.

Um dos elementos mais relevantes no atual cenário é a pressão de venda dos grandes detentores de BTC, conhecidos como “baleias”. De acordo com análise publicada pelo pseudônimo Doctor Profit, apenas nos últimos 30 dias esses investidores despejaram cerca de 116.000 BTC no mercado, o equivalente a US$ 13 bilhões.

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Assim, esse movimento representa a maior realização de lucros desde julho de 2022 e mostra que parte significativa dos investidores institucionais decidiu aproveitar o momento para reduzir exposição.

Enquanto isso, os ETFs de Bitcoin à vista, que no início do semestre chegaram a registrar entradas muito fortes, agora mostram sinais de esfriamento. O fluxo diário caiu para aproximadamente 500 BTC por dia, muito abaixo do observado em julho e agosto, quando as entradas chegaram a multiplicar esse volume.

A queda na demanda institucional, combinada com a oferta elevada dos grandes vendedores, explica em boa parte a dificuldade da criptomoeda em ganhar tração para novas altas.

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Preço do Bitcoin estagnado

Imagem: coinmarketcap

Apesar desse quadro, o mercado não reage com pessimismo. Nos últimos dois finais de semana, mesmo com tensões políticas internacionais envolvendo declarações do presidente dos Estados Unidos sobre tarifas contra a China e sanções adicionais à Rússia, o Bitcoin mostrou estabilidade.

A moeda chegou a segurar a marca dos US$ 116.000, sem sofrer impactos significativos. Isso sugere que os traders de criptomoedas, neste momento, estão mais atentos às zonas de liquidez do que a notícias de caráter geopolítico.

Ainda assim, os dados de preço mostram um desempenho ambíguo. De acordo com a CoinGecko, o ativo acumula alta de 8% nas últimas duas semanas, negociado a US$ 116.514 no momento.

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No acumulado de sete dias, registra ganho de 5%, mas, em trinta dias, apresenta queda de 1,1%. No horizonte anual, o saldo é muito positivo: uma valorização de 93,7% em relação ao ano passado. Esse contraste ajuda a entender por que muitos analistas dizem que o Bitcoin não está em queda, mas sim em uma fase de distribuição.

Esse comportamento também impacta a dominância do Bitcoin sobre o mercado. Hoje, a criptomoeda representa 55,7% da capitalização total, índice menor do que há alguns meses. Parte relevante do capital migrou para altcoins, em especial tokens de nicho e meme coins, como PEPE e DOGE, que chegaram a registrar ganhos de dois dígitos em poucos dias. Essa rotação de recursos mostra que, enquanto o BTC se mantém lateral, outros ativos buscam protagonismo.

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Jornalista, assessor de comunicação e escritor. Escreve também sobre cinema, séries, quadrinhos, já publicou dois livros independentes e tem buscado aprender mais sobre criptomoedas, o suficiente para poder compartilhar o conhecimento.
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