- Bancos dos EUA lucraram US$ 187,2 bilhões em tarifas de cartões em 2024.
- Estudo mostra que 54% das empresas planejam adotar stablecoins até 2026.
- Tether lança stablecoin regulada nos EUA para atender ao GENIUS Act.
Bancos norte-americanos travam uma guerra contra stablecoins e o GENIUS Act. O objetivo não é apenas a suposta fuga de depósitos, mas proteger US$ 187 bilhões em tarifas de pagamentos.
Com a adoção crescente das moedas digitais por empresas e consumidores, os bancos veem seus lucros ameaçados, enquanto novas regulamentações começam a integrar stablecoins ao sistema financeiro, criando tensão entre inovação tecnológica e interesses tradicionais.
A batalha pelos US$ 187 bilhões
De acordo com o Nilson Report, comerciantes nos EUA pagaram US$ 187,2 bilhões em taxas de cartões em 2024. Esse valor explica a postura defensiva dos bancos. Stablecoins, por oferecerem transferências rápidas e baratas, podem reduzir essa dependência dos sistemas tradicionais.
Faryar Shirzad, diretor de políticas da Coinbase, resumiu a disputa:
“A hostilidade dos bancos não tem relação com depósitos, mas com os US$ 187 bilhões que ganham em taxas de pagamentos.”
Ainda assim, dados do mercado indicam que não existe ameaça imediata à estabilidade bancária. O Coinbase lembra que os bancos ainda contam com US$ 3,3 trilhões em reservas no Fed.
Stablecoins ganham espaço
O interesse pelo uso de stablecoins cresce de forma acelerada. Uma pesquisa da EY-Parthenon mostra que 13% das empresas globais já utilizam stablecoins e outras 54% pretendem adotar nos próximos 6 a 12 meses.
O mesmo estudo projeta que 5% a 10% dos pagamentos internacionais podem ser feitos com stablecoins até 2030. Isso equivale a até US$ 4,2 trilhões em volume.
Além disso, estima-se que a circulação de stablecoins alcance US$ 2 trilhões até 2028, muito abaixo dos cenários alarmistas de fuga de depósitos sugeridos por bancos tradicionais.
O papel do GENIUS Act e a resposta do mercado
O GENIUS Act surge como o novo marco regulatório para stablecoins nos EUA. Bancos inicialmente apoiaram a proposta, mas recuaram após perceberem que ela pode acelerar a adoção de alternativas aos seus serviços de pagamentos.
Ao mesmo tempo, emissores se adaptam. A Tether anunciou o lançamento da USAT, uma stablecoin emitida pelo Anchorage Digital Bank e totalmente compatível com as exigências do GENIUS Act.
Enquanto isso, o Wolfsberg Group, que reúne grandes bancos globais, publicou novas diretrizes para permitir que instituições financeiras ofereçam serviços a emissores de stablecoins, desde que sigam padrões de transparência e compliance.
O futuro dos pagamentos em disputa
A disputa entre bancos e o setor cripto não é apenas sobre depósitos, mas sobre o futuro dos pagamentos globais. Stablecoins oferecem eficiência e menores custos, enquanto os bancos buscam preservar receitas bilionárias.
O GENIUS Act pode ser o ponto de virada: em vez de frear a inovação, pode integrar stablecoins ao sistema financeiro, forçando os bancos a competir em novas bases.