- Trump considera cheques de US$ 2.000 para americanos.
- Medida pode impulsionar Bitcoin e altcoins em nova alta.
- Estímulos fiscais reacendem debate sobre altseason em 2025.
O presidente Donald Trump sinalizou a possibilidade de conceder descontos de até US$ 2.000 para os cidadãos americanos, financiados pelas receitas tarifárias de seu governo. A proposta, descrita como “dividendos tarifários”, reacendeu o debate sobre os impactos de novos estímulos fiscais nos mercados financeiros, em especial no mercado de criptomoedas.
Segundo Trump, as tarifas já estão produzindo efeitos visíveis e, em breve, podem render mais de US$ 1 trilhão por ano. Parte desses recursos seria utilizada para reduzir a dívida federal, mas outra poderia ser devolvida diretamente à população. A medida, caso confirmada, representaria um impulso significativo ao consumo e à tomada de risco por parte das famílias americanas.
O cenário lembra o período da pandemia de Covid-19, quando cheques de estímulo enviados a milhões de pessoas foram determinantes para a alta das altcoins entre 2020 e 2021. Naquele ciclo, a dominância do Bitcoin caiu de 73% para 39% em apenas seis meses, à medida que o capital do varejo migrou para projetos alternativos.
Uma pesquisa de 2023, conduzida por Marco Di Maggio, da Harvard Kennedy School, reforça essa relação. O estudo mostrou que estímulos fiscais flexibilizam restrições orçamentárias familiares, incentivando a exposição a ativos de maior risco. Além disso, períodos de inflação mais alta também levaram investidores a buscar criptomoedas como forma de hedge.
Bitcoin vai subir?
O Índice CoinDesk 20, que reúne as maiores criptomoedas, acumula alta de 48% em 2025. Em contraste, o CoinDesk 80, que acompanha tokens menores, avança apenas 7%. A diferença mostra que o capital institucional permanece concentrado nos líderes do mercado, enquanto o varejo aguarda sinais de uma nova altseason.
Especialistas alertam, no entanto, que o contexto atual difere de 2020. Hoje, os juros americanos estão acima de 4%, contra zero no início da pandemia. Isso limita a busca indiscriminada por risco e restringe movimentos explosivos em ativos alternativos. Além disso, a própria capitalização do mercado é muito maior, o que exige volumes mais expressivos para sustentar altas prolongadas.
Para Jasper De Maere, estrategista da Wintermute, qualquer nova fase de valorização das altcoins será mais disciplinada e seletiva, baseada na utilidade real dos projetos. Segundo ele, a especulação desenfreada vista no passado pode não se repetir, já que os investidores estão mais atentos à tração do mundo real e menos propensos a investir em promessas sem fundamentos.
Ainda assim, analistas apontam que a combinação de estímulos fiscais, juros em queda e um dólar enfraquecido cria um terreno fértil para ativos digitais. Se o Congresso aprovar os cheques de US$ 2.000, as novas gerações de investidores destinarão parte desses recursos ao mercado de criptomoedas.
Nesse contexto, o Bitcoin poderia consolidar-se acima de US$ 120 mil e buscar resistências próximas de US$ 125 mil. Já as altcoins poderiam finalmente ganhar tração, reduzindo a distância em relação às grandes moedas e abrindo espaço para uma temporada mais ampla de valorização.