A perigosa proposta que pode aumentar significantemente a produção do Bitcoin tokenizado WBTC

O Wrapped Bitcoin (WBTC) foi um dos tokens que mal começou a ser comercializado e já impulsionou o sistema DeFi.

Diferentemente de projetos do Hype das DeFis que distribuíram criptoativos execráveis no mercado, esses Bitcoins tokenizados possuem fundamentos importantes e vieram para ficar.

Quando passou a ser usado em protocolos de finanças descentralizadas de exchanges centralizadas e descentralizadas (DEXs), o WBTC colateralizou o Bitcoin em 1:1 em valor, deixando-o retido dentro da rede Ethereum como garantia em protocolos DeFis.

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Desta forma, cada Bitcoin dentro da rede Ethereum passou a se tornar 2, o original que ficava retido como garantia dentro do contrato inteligente, e o WBTC, um token colateralizado dentro da rede de negociações.

Quando o WBTC foi criado ele entrou no mercado DeFi onde não podia servir como garantia, pois seu fator de garantia era 0%. Mas podia ser emprestado dentro de DEXs como o Maker e o Compound.

Dentro das plataformas DEXs as principais criptomoedas utilizadas como garantia eram o DAI, ETH e USDC, que já possuíam fator de garantia de 75% do seu valor.

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Entretanto, o Bitcoin era a criptomoeda mais utilizada dentro dos protocolos DeFis, e com isso, a rede tinha que manter vários nós e gerenciar diferentes tipos de transações para oferecer suporte a vários ativos digitais, o que era mais complexo e oneroso.

Diante do exposto, para aumentar a liquidez da rede uma proposta autônoma foi colada em discussão para a avaliação da comunidade Compound.

A proposta era que houvesse uma votação para aumentar o fator de garantia do WBTC de 0% para 65% dentro dos protocolos DeFis, possibilitando assim rentabilidade nos investimentos que utilizam tokens colateralizados como garantia.

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Diante da receptividade positiva da comunidade em trazer um fator rentável ao WBTC, já estava certa que a proposta seria feita à governança da blockchain do Compound.

Entretanto, o valor do fator em 65% foi considerado alto, e até para garantir a aprovação da mudança foi lançada uma proposta à governança designando um fator de 40% do valor do WBTC como garantia nos contratos.

Segundo os autores da proposta, esta mudança não traria nenhuma alteração salvo definir o fator de garantia do WBTC em 40%, e ainda diversificaria melhor as possibilidades de garantia dentro dos protocolos DeFis diminuindo os riscos dentro da plataforma.

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Mas havia um outro fator real, previsível e perigoso para a proposta que foi abordado em discussão dentro da comunidade: A cunhagem desenfreada de tokens WBTC.

A este respeito, Sowmay, autônomo da comunidade proponente da atualização do projeto,escreveu no dia da aprovação da mudança:

A discussão anterior prontamente endossou essa ideia, mas mencionou o risco de grandes quantidades de cunhagem de WBTC

Nós apreciamos esse risco, mas acreditamos que seja muito baixo

Sowmay

Pois bem, no dia 09 de julho deste ano a proposta de alteração da garantia foi lançada e aceita pela Governança do protocolo Compound.

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E no dia 14 de julho encerrou-se a votação da Proposta 16, que de forma apertada instituiu a mudança no fator de garantia do WBTC.

Desde então o crescimento do WBTC no mercado disparou. Há 4 dias reportamos que havia pouco mais de 77,5 mil WBTCs em garantia nos protocolos DeFi, sendo que hoje já são 85,4 mil; aumento de 10%.

No mesmo período de 4 dias houve um aumento no número total de Bitcoins tokenizados na rede, subindo de pouco mais de 108 mil para 115,8 mil Bitcoins tokenizados nos protocolos DeFis. Alta de 6,9%.

Isso significa que o volume de WBTC está crescendo mais que o volume total de Bitcoins colateralizados ou tokenizados. No total, existem mais 6 tipos deste tokens.

Agora a proposta é outra. O perfil GetHill anunciou hoje a proposta feita à comunidade e Governança do Compound para que o fator de garantia do WBTC seja aumentado para 60%.

No pedido, GetHill justifica que “de acordo com o site DefiPulse, em 14 de julho havia aproximados US$100 milhões de dólares em WBTC em circulação. Hoje existem aproximados US$900 milhões”.

Disse também que “hoje o WBTC possui uma oferta maior, além de possuir maior liquidez, subindo de US$1,15 milhões de dólar para US$230 milhões após aprovação da proposta 16”.

Justificando que “com esse aumento drástico de liquidez e demanda, faz sentido aumentar o fator de garantia do WBTC”, pontuou que este aumento ainda manteria o WBTC abaixo da porcentagem de garantia do DAI, ETH e USDC (que é de 75%).

Concordamos com os argumentos da proposta 16 de que essa mudança ajudaria a diversificar o conjunto de ativos disponíveis para empréstimos compostos

Agora que o WBTC provou ser um recurso útil no Compound, a aprovação desta proposta seria uma melhoria significativa para o ecossistema do Compound

GetHill

Quanto ao risco do aumento da cunhagem de WBTC, GetHill explicou que “esse risco já existe no Compound, entre USDC e DAI. Dado que a estrutura de incentivos resultou em grandes quantidades de DAI sendo emprestadas na plataforma”.

GetHill disse acreditar “que adicionar mais diversidade ao conjunto de garantias utilizáveis ​​diminuirá em vez de aumentar o risco estrutural para a plataforma”.

Se havia uma preocupação quanto ao aumento da produção de WBTC na rede Compound, esse fato se confirmou. Mas aparentemente isso não foi de todo ruim, e os números mostram isso.

Para os mais céticos e cautelosos, esta nova votação pode não ser uma boa ideia, pois representa a multiplicação dos Bitcoins existentes de certa forma.

Para as exchanges centralizadas e descentralizadas, isso pode trazer muito mais investimentos e o desenvolvimento maciço das finanças descentralizadas.

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Redator da Revista Bitnotícias
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