Bancos Europeus exigem stablecoin em euro até 2026

Bancos Europeus exigem stablecoin em euro até 2026
  • Bancos europeus aceleram criação de stablecoin totalmente lastreada em euro
  • Reguladores alertam para riscos, apesar do crescimento ainda limitado
  • Europa busca autonomia digital diante da pressão dos EUA

A pressão por uma stablecoin nativa do euro ganhou força nesta semana, após dez bancos da União Europeia avançarem com um plano conjunto para emitir o ativo. A entidade, sediada em Amsterdã, pretende lançar uma moeda estável totalmente lastreada no euro já no segundo semestre de 2026.

O projeto ainda depende da aprovação do Banco Central holandês, mas o movimento já coloca o bloco europeu em posição estratégica no debate global sobre moedas digitais. A iniciativa reforça a busca por autonomia tecnológica em um cenário dominado por stablecoins lastreadas em dólar.

Bancos aceleram corrida por autonomia monetária digital

Os bancos confirmaram que vão trabalhar dentro de um enquadramento alinhado ao regulamento MiCA, que entra em vigor nos próximos meses. O anúncio ganhou peso quando o BNP Paribas declarou que se uniria oficialmente à iniciativa, reforçando a importância de uma solução europeia para pagamentos digitais. Segundo os integrantes do consórcio, o objetivo é simples: criar uma stablecoin que opere com total conformidade, ofereça liquidez imediata e permita transações on-chain diretamente em euros.

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Jan-Oliver Sell, CEO da Qivalis, destacou que a iniciativa representa mais do que inovação tecnológica.

“Uma stablecoin nativa do euro não se trata apenas de conveniência – trata-se de autonomia monetária na era digital”, afirmou.

Ele ressaltou ainda que empresas e consumidores ganham novas oportunidades ao interagir com mercados digitais sem depender de moedas estrangeiras.

Ao mesmo tempo, os EUA também se mobilizam. O governo norte-americano prepara a implementação do GENIUS Act, lei assinada em julho pelo presidente Donald Trump, que busca padronizar o mercado de stablecoins de pagamento. A convergência entre os dois blocos mostra que a competição entre regulações ficou inevitável.

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Reguladores expressam cautela diante do avanço das stablecoins

A iniciativa europeia avança enquanto autoridades reforçam alertas. Olaf Sleijpen, governador do Banco Central holandês, afirmou que o crescimento acelerado das stablecoins pode gerar risco à política monetária caso não seja bem monitorado. O Banco Central Europeu também divulgou recentemente um relatório afirmando que os riscos ainda parecem limitados, mas que o ritmo de expansão exige atenção redobrada.

Atualmente, as stablecoins denominadas em euro representam uma parcela mínima do mercado global. Segundo Jürgen Schaafhe, consultor do BCE, elas somavam menos de 350 milhões de euros, abaixo de 1% do setor em julho. Essa baixa adoção evidencia o espaço a ser explorado por uma solução europeia robusta.

Apesar disso, o clima no mercado não é totalmente favorável. A Tether encerrou os resgates da EURt no fim de novembro, citando desafios regulatórios impostos pelo MiCA. O CEO Paolo Ardoino disse que o cenário atual cria riscos desnecessários para emissores, o que reforça a urgência de um modelo europeu mais estável e previsível.

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A disputa agora envolve não apenas tecnologia, mas também influência econômica global. Com grandes bancos exigindo velocidade e clareza, a Europa entra oficialmente na corrida por uma stablecoin capaz de redefinir o futuro dos pagamentos digitais em sua própria moeda.

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Entusiasta de criptomoedas e tecnologia, comecei minha jornada com consoles no Nintendo 64. Sempre explorando novos gadgets e tecnologias inovadoras. Nos momentos livres, meu maior hobby é jogar futebol.
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