A BlackRock, maior gestora de ativos do mundo, acaba de marcar um momento histórico. O seu fundo iShares Short Maturity Municipal Bond ETF (MEAR) comprou os primeiros muni bonds emitidos e liquidados integralmente na blockchain.
Essa transação inovadora mostra como a tecnologia blockchain está revolucionando o mercado financeiro tradicional.
A cidade de Quincy, em Massachusetts, emitiu os títulos em abril, utilizando a plataforma Digital Debt Service, desenvolvida pelo JPMorgan Chase. A operação movimentou US$ 6,5 milhões em dívidas municipais, com a BlackRock liderando as compras. O fundo MEAR, que existe desde 2015, administra cerca de US$ 750 milhões em ativos dos clientes.
O processo inovador eliminou intermediários e acelerou a transação. Desde a emissão até a liquidação, tudo aconteceu diretamente na blockchain privada do JPMorgan. A plataforma garantiu maior eficiência, transparência e menos burocracia, uma revolução para o setor de muni bonds, tradicionalmente marcado por processos demorados e manuais.
A BlackRock precisou atualizar o prospecto do ETF MEAR para permitir o investimento em títulos baseados em blockchain. A empresa apresentou a documentação à SEC (Comissão de Valores Mobiliários dos EUA), destacando os riscos envolvidos, como baixa liquidez e a possibilidade de falhas tecnológicas.
BlackRock simplifica o mercado de muni bonds
Os muni bonds costumam atrair investidores mais conservadores, mas a entrada da blockchain muda completamente o cenário. Com a nova tecnologia, o processo se torna mais ágil e eficiente, cortando custos e eliminando intermediários.
“Essa transação abre um novo caminho para o mercado financeiro e para a tecnologia blockchain”, disse um porta-voz da BlackRock.
O sucesso da compra de muni bonds via blockchain reforça o avanço da BlackRock em tecnologias emergentes. Além disso, o seu iShares Bitcoin Trust (IBIT), lançado recentemente, também vem registrando recordes. Em apenas 24 horas, o IBIT recebeu US$ 740 milhões em aportes. Atualmente, o fundo administra mais de US$ 51 bilhões em ativos.
Para comparação, o ETF de ouro da BlackRock, que existe desde 2005, não acompanhou o ritmo do IBIT. Enquanto isso, concorrentes como o Grayscale Bitcoin Trust enfrentam saídas significativas, perdendo US$ 21 bilhões somente este ano.