- BlackRock avança com ETF de Ethereum com staking
- Novo fundo adiciona rendimento e amplia apelo ao investidor
- Registro ocorre em meio à regulação mais flexível nos EUA
A BlackRock movimenta novamente o setor de ativos digitais e cria expectativa entre investidores globais. Cerca de 15 meses após lançar o ETHA, seu principal ETF de Ethereum, a gestora dá um passo maior e registra em Delaware um novo fundo com staking de Ethereum, que promete oferecer retornos mais atrativos. O movimento reforça o interesse crescente da empresa no mercado de criptoativos, mesmo com a forte pressão regulatória dos últimos anos.
Apesar do registro inicial, a BlackRock ainda precisa apresentar documentos adicionais antes de buscar a aprovação final. Mesmo assim, a iniciativa já sinaliza uma mudança estratégica importante. O novo produto pode complementar o sucesso do iShares Ethereum Trust, que acumulou mais de US$ 13 bilhões desde julho de 2024.
Expansão após limitações do ETHA
A empresa não incluiu o staking no ETHA durante seu lançamento. Na época, afirmou que o processo envolvia desafios operacionais e questões regulatórias. Além disso, destacou que a prática exigia controles rígidos, o que tornava a operação inviável naquele momento. No entanto, esse cenário parece ter mudado com a nova postura da SEC, mais aberta a produtos inovadores durante a atual administração.
A BlackRock, inclusive, tentou alterar regras em julho para permitir o staking no ETHA, acompanhando iniciativas de outros emissores. Essa busca pela adaptação explica por que o novo fundo ganhou força internamente. O produto surge também em um ambiente em que concorrentes como REX-Osprey e Grayscale já lançaram ETFs com staking ao longo de setembro e outubro.
Regulação mais flexível e ambiente competitivo
A SEC agora opera com um padrão genérico de listagem, permitindo aprovações mais rápidas e reduzindo análises individuais. Esse modelo abriu espaço para novos ETFs de criptomoedas, embora mais de 70 produtos ainda aguardem decisão após atrasos causados pela paralisação do governo americano no fim do ano.
O pedido da BlackRock foi registrado sob a lei de valores mobiliários de 1933, que exige divulgação ampla e forte proteção ao investidor. Essa escolha demonstra preocupação da gestora em construir um produto sólido e transparente, capaz de atender tanto varejo quanto investidores institucionais.
Incorporar staking a um ETF altera o perfil de retorno da carteira, porque adiciona rendimento contínuo sobre o ativo. O retorno médio anual do staking de Ethereum gira em torno de 3,95%, segundo dados da Blocknative. Assim, o produto deixa de ser apenas uma exposição ao preço e passa a funcionar como um fundo de retorno total, algo que atrai investidores focados em renda.
Além disso, a BlackRock manteve uma abordagem seletiva no setor. Enquanto outras gestoras registram diversos ETFs ligados a altcoins, a empresa segue um caminho mais conservador. Em setembro, registrou o Bitcoin Premium Income ETF, que busca gerar rendimento por meio de opções cobertas.
Com o novo ETF de ETH com staking, a BlackRock reforça sua liderança e pressiona o mercado a responder. O setor agora aguarda os próximos passos regulatórios, que podem definir se esse produto se tornará mais um marco em sua estratégia para dominar o segmento de ativos digitais.
