Criptomoeda proibida no Brasil vai ganhar ETF nos EUA

Explosão à vista? Zcash se prepara para romper a barreira dos US$ 1.000

Criptomoeda Zcash supera 1.000% de valorização no ano e ultrapassa o Monero em valor de mercado.
Grayscale solicita à SEC a conversão de seu Zcash Trust em um ETF spot nos EUA.
Ativo proibido no Brasil pode ganhar produto regulado no maior mercado financeiro do mundo.

A Grayscale protocolou junto à SEC o pedido oficial para transformar o Grayscale Zcash Trust em um ETF spot da criptomoeda Zcash. A estratégia segue o mesmo modelo usado pela empresa ao converter seu fundo de Bitcoin em um ETF negociado em bolsa no início de 2024, marco que abriu caminho para novas aprovações nos Estados Unidos.

A iniciativa chama atenção porque o Zcash é proibido no Brasil, onde oscila entre restrições regulatórias e preocupações relacionadas ao uso de ferramentas de privacidade. No entanto, enquanto parte do mundo impõe obstáculos, o mercado americano avança para colocar a criptomoeda na prateleira de investimentos tradicionais, com supervisão completa da SEC. Isso representa uma virada histórica em um momento de forte valorização do ativo.

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O salto de preço ajuda a explicar o interesse. O ZEC acumula mais de 1.000% de alta em 2025, superando Bitcoin e Ethereum em desempenho relativo. Apenas no último mês, registrou cerca de 40% de valorização, impulsionado pelo crescimento da adoção e pela mudança de percepção do mercado. O que antes parecia uma ferramenta experimental, usada para estudos de criptografia, agora aparece como um projeto maduro e visto por muitos como uma forma viável de dinheiro digital.

Criptomoeda ZCash

A expansão do uso dos pools protegidos reforça essa mudança. As transações criptografadas atingiram níveis recordes, com aproximadamente 30% das transferências de ZEC ocorrendo via pools protegidos. Além disso, entre 20% e 25% da oferta circulante está armazenada em endereços completamente criptografados. Esse avanço levou o Zcash a ultrapassar o Monero em valor de mercado, tornando-se a maior criptomoeda de privacidade do mundo.

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Assim, o movimento da Grayscale sugere uma aposta clara: a privacidade digital deixou de ser um nicho e virou infraestrutura. Ao registrar um ETF regulado, a gestora tenta oferecer uma porta institucional de entrada para um ativo que historicamente enfrentou resistência. Dessa forma, com o produto, investidores poderiam acessar o ZEC sem lidar com carteiras próprias, ferramentas de anonimato ou configurações avançadas, eliminando barreiras que afastavam parte do público.

Ainda não há garantia de aprovação. A SEC continua cautelosa com ativos focados em privacidade, especialmente por questões envolvendo rastreamento e segurança pública. Mesmo assim, o pedido por si só mostra que o tema entrou definitivamente no centro do debate. Em um ano em que o Zcash superou gigantes e atraiu capital agressivo, a possibilidade de um ETF coloca a criptomoeda em um novo patamar.

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Jornalista, assessor de comunicação e escritor. Escreve também sobre cinema, séries, quadrinhos, já publicou dois livros independentes e tem buscado aprender mais sobre criptomoedas, o suficiente para poder compartilhar o conhecimento.
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